Ministério de Minas e Energia quer manter exploração na Foz do Amazonas; Marina Silva critica projeto

Em evento, a ministra do meio-ambiente criticou a proposta de exploração de petróleo; Lula, por sua vez, disse não ver problema com a medida

  • Por Jovem Pan
  • 23/05/2023 07h17 - Atualizado em 23/05/2023 07h41
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Divulgação/Ibama Gráfico que mostra a Blocos de exploração localizados na bacia sedimentar da foz do amazonas Na última quarta-feira, o Ibama negou o licenciamento para a exploração no local

A Petrobras emitiu um anúncio ao mercado dizendo que o Ministério de Minas e Energia quer que insista com as tratativas junto ao Ibama para conseguir o licenciamento para exploração do petróleo na faixa equatorial brasileira, nas cinco bacias existentes na foz do Rio Amazonas. O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) falou sobre o tema nesta segunda-feira, 22, e disse que, a principio, não vê problemas na exploração do petróleo nessa faixa equatorial por ela estar localizada a 530 quilômetros da Amazônia e não causaria risco ambiental. Mas, o Ibama já negou na última quarta-feira, 17, a licença e segue dizendo que há risco caso haja algum tipo de exploração nessa faixa da costa. A fala de Lula sobre o caso, dizendo que conversará com os ministros Alexandre Silveira e Marina Silva para definir os destinos da exploração, sinalizando que concorda com ela, irritou Marina. A ministra participou de um evento nesta segunda e fez uma fala dirigida a Lula. “É muita contradição dizer que ama o criador e desrespeita a criação, e destrói a criação. Dizer que ama o criador e está mais preocupado em ganhar dinheiro com a criação do que em cuidar desse jardim, que ele colocou para cultivar e guardar”, disse Marina.

Essa é a segunda negativa par exploração de petróleo nessa faixa. Em 2013, a Total Energies e a BP Energy arrematara, em conjunto com a Petrobras, cinco blocos da bacia da Foz do Amazonas por R$ 250 milhões. Mas, em 2018, o Ibama negou o licenciamento ambiental do empreendimento. Em 2020 e 2021, as multinacionais venderam suas participações majoritárias para a Petrobras. A petroleira seguiu negociando com o Ibama as licenças necessárias par iniciar as operações. No começo de maio, com a expectativa da obtenção da licença, o presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, negou que houvesse tensão entre a estatal e o Ibama. “Estamos conduzindo esse caso com respeito absoluto, assim como todas as condicionantes para esse licenciamento”, disse Prates. Com volta de Lula ao Brasil, deverá ser definida qual será a tratativa sobre o tema.

*Com informações do repórter David de Tarso

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