Ministro da Infraestrutura comemora ‘marca histórica’ de privatizações e afirma que ‘país está crescendo’

Segundo Marcelo Sampaio, com o leilão de 15 aeroportos, incluindo o terminal de Congonhas, na próxima quinta, país chegará a 100 concessões ao setor privado

  • Por Jovem Pan
  • 15/08/2022 11h37 - Atualizado em 15/08/2022 11h38
Reprodução/Jovem Pan News Marcelo Sampaio Marcelo Sampaio, ministro da Infraestrutura do Brasil

O ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio, concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, nesta segunda-feira, 15, para falar sobre o leilão da 7ª rodada de aeroportos que o governo federal vai realizar na próxima quinta-feira, 18. Entre os ativos está o aeroporto de Congonhas, em São Paulo, considerado a “joia da coroa” da operação. Segundo ele, o Brasil é país do mundo com mais ativos de infraestrutura operados pelo setor privado e, com esse leilão de mais 15 aeroportos na próxima quinta, será batido um recorde de privatizações dos anos 1990. “Nós já leiloamos 85 ativos de infraestrutura, agora vamos chegar a marca de 100, uma marca histórica desde a década de 1990. É o maior número de ativos leiloados para o setor privado (…) A gente está agindo na busca pela eficiência e pelo investimento do setor privado. Em nenhum momento o governo está agindo na outorga, que é paga para a exploração desses ativos, e sim naquele investimento que vai ser feito pelo setor privado de aumentar a capacidade dos nossos aeroportos, aumentar a eficiência das nossas rodovias. Isso vai trazer também um efeito para o agronegócio, para a indústria, o que faz com que a roda gire, é um voo seguro que o país está dando. Isso mostra um país que segue crescendo, nós estamos vendo pela terceira vez o PIB sendo requisitado para cima, então mais de 1,3 milhão de empregos gerados em seis meses, quase 4 milhões de empresas abertas nesses últimos meses, ou seja, é um país que dá passos concretos, muito sólidos, em direção ao progresso”, comenta o ministro.

Ainda de acordo com Sampaio, ficam de fora apenas dois aeroportos do Rio de Janeiro, o Santos Dumont e o Galeão, que deverão ser leiloados em 2023. “A Infraero, que é a nossa empresa pública, vai ficar apenas com o aeroporto de Santos Dumont, que infelizmente teve que sair dessa rodada de aeroportos, que nós tivemos algumas dificuldades no Rio de Janeiro. Ele vai para uma oitava rodada de aeroportos no ano que vem, junto com o aeroporto do Galeão. E a gente faz, então a nossa última rodada de concessão de aeroportos em 2023, com esses dois últimos aeroportos”. Sampaio ainda explicou os objetivos da operação da próxima quinta, colocando aeroportos valorizados, caso de Congonhas, no mesmo pacote de aeroportos que precisam de mais investimento, para o que setor privado seja responsável pelo desenvolvimento desses. “Quando a gente trabalha com leilão em blocos, a gente junta o que a gente chama de filé com o osso. A gente pega um artigo que tem um grande interesse para o setor privado e junta com outros ativos que são deficitários. No caso do aeroporto de Congonhas, ele vai junto com mais 12 aeroportos, o de Altamira, Carajás, Montes Claros, Uberlândia, Uberaba, justamente porque a gente busca diluir essa outorga em investimentos nos aeroportos. Nós vamos ter R$ 7,3 bilhões já garantidos em investimentos nesses 15 aeroportos”, pontuou.

O ministro afirmou que diversos grupos empresariais internacionais já vêm demonstrando interesse no leilão. E explicou que eles serão responsáveis por desenvolver os terminais, levando mais qualidade e segurança para os passageiros. “A percepção do passageiro é ver uma operação de ponta por parte do setor privado. A gente tinha há 10, 12 anos aeroportos muito complicados no país. Faltava internet, faltava ar condicionado, os banheiros não estavam adequados. E a gente tem visto uma mudança muito grande nos últimos anos, quando a gente percebe o setor privado investindo nesses aeroportos. Isso faz com que a União pegue o orçamento público e possa investir em outros ativos. Nós estamos buscando investir na aviação regional, nos últimos três anos mais R$ 1,2 bilhão nos pequenos aeroportos do Brasil. Nós acreditamos muito que o modo de transporte aéreo conecta o Brasil. O Brasil é um país continental e precisa ter, cada vez mais, uma aviação pujante. Isso passa tanto por infraestrutura quanto também por operação”, disse.

“Hoje, até as duas horas da tarde, nós vamos ter as apresentações dos interessados na bolsa de valores, na B3. Nós estamos com alguns grupos interessados já, que vêm procurando informações nesses últimos meses com relação aos três blocos de concessão. Nós temos o bloco da região norte, como aeroporto de Belém e o de Macapá; vamos ter também um bloco de aviação geral, que é o aeroporto de Jacarepaguá e o aeroporto de Campo de Marte; e um grande bloco de Congonhas, que é a grande expectativa desse leilão do dia 18 de agosto. O aeroporto de Congonhas vem junto com outros aeroportos como o aeroporto de Montes Claros, Uberlândia, Uberaba, aeroporto de Campo Grande. É um grande bloco. O aeroporto de Congonhas tem um PPL positivo muito alto, então a gente busca colocar esses aeroportos juntos nesse bloco para garantir o melhor uso desses equipamentos. Grandes grupos como a Vinci, que é uma operadora francesa que já está aeroportos também da região norte, tem grande interesse nesses blocos que vão a leilão no dia 18; grupo da Zürich Airpors, que é grupo suíço, também já opera o aeroporto de Macaé, o aeroporto de Florianópolis, também interessado nos nossos aeroportos; nós vamos ter o grupo da Aena, que é espanhol e já opera alguns aeroportos na região nordeste do país; tem a CCR também, ou seja, tem grandes grupos internacionais olhando para os ativos no Brasil. O Brasil, hoje, com esse leilão de 15 aeroportos, vamos chegar à marca de 50 aeroportos concedidos em apenas três anos e seis meses. É um país hoje que tem o maior número de ativos de infraestrutura já sendo operados pelo setor privado no mundo. O Brasil hoje tem mais de US$ 460 milhões de investimentos por parte do setor privado”.

Questionado sobre o desempenho da pasta da Infraestrutura, o ministro elogiou a coragem do presidente e a autonomia que ele concedeu ao Ministério para que, com um corpo técnico, tocasse tantas concessões ao setor privado. “Nós temos um grupo de técnicos para a qual o presidente deu essa liberdade para que a gente pudesse avançar com obras que estavam já em continuidade. A gente tem diversas obras que estavam inacabadas e um orçamento enxuto. E a gente buscou então que focar naquelas obras que ali com 60%, 70% já concluídas e avançar nessa agenda. Eu acredito também que a o olhar de estado, de longo prazo, faz com que a gente possa olhar para  o país que nós queremos no futuro (…) Hoje, há um olhar profissional nessa agenda de infraestrutura que faltava nos anos anteriores”, opina.

“A gente está vendo um país que está trabalhando de forma muito intensa na Infraestrutura. Eu tenho falado nas últimas semanas que nós vamos ter um ‘boom’ na agenda de infraestrutura no Brasil devido ao esforço que foi feito nesses últimos três anos e seis meses. Nós estamos falando de país que aprovou uma reforma previdenciária, que aprovou um novo marco regulatório na área de saneamento, novo marco regulatório para as ferrovias, o novo marco regulatório também na área de trânsito, na área de cabotagem, navegação no nosso país. Temos aí mais de R$ 110 bilhões já contratados pelo servidor privado. No próximo ano, vamos ter o início de grandes obras pelo país, como a rodovia Belém-Brasília, a 364 e 365 em Minas Gerais, a própria Dutra entre Rio e São Paulo, a cento 101 em direção a Angra, que será duplicada, a gente tem diversas obras em todo o país que já estão contratadas pelo setor privado. O Brasil vai virar um grande canteiro de obras, e isso gera uma grande efeito cascata também, geração de empregos, busca por insumos. E a gente vai ter um país que está na rota do progresso e do crescimento”, disse Sampaio.

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