Moraes determina que o ministro interino do GSI identifique pessoas que aparecem em vídeos

Novos registros do Palácio do Planalto vieram à tona mostrando militares e funcionários do governo entre invasores no dia 8 de Janeiro

  • Por Jovem Pan
  • 21/04/2023 08h18 - Atualizado em 21/04/2023 10h30
WALLACE MARTINS/FUTURA PRESS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Ricardo Cappelli Ricardo Cappelli assumiu interinamente o GSI

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, determinou nesta quinta-feira, 20, que o ministro interino do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), Ricardo Cappelli, identifique em até 24 horas todos os militares e funcionários que aparecem auxiliando os vândalos do Palácio do Planalto nas novas nas imagens de vídeo. No Twitter, Cappelli falou sobre isso: “Acabei de responder aos questionamentos feitos pelo ministro Alexandre de Moraes, do STF, acerca da identificação dos servidores que aparecem nas imagens divulgadas ontem. Vamos acelerar a sindicância em curso no GSI”.

Cappelli tem a missão de fazer um pente fino no GSI. Ele assumiu o órgão nesta quarta-feira, 19, interinamente, depois da demissão do general Gonçalves Dias. Ele disse nesta quinta que está discutindo o papel institucional do ministério e informou ainda que está fazendo um levantamento de dados “com tranquilidade, equilíbrio e firmeza”. Ele afirmou que vai apresentar uma avaliação ao presidente Lula quando ele voltar da viagem à Europa. É possível que Cappelli sugira a uma reestruturação do GSI. Existe uma ala do governo que defende a extinção do GSI, órgão com status de ministério e tradicionalmente comandado por militares. Se realmente acontecer, a estrutura do órgão pode mudar completamente, desde atribuições até a qual guarda-chuva o órgão ficaria. Há quem defenda transformar o GSI em uma secretaria com o mínimo possível de servidores militares.

Nesta quinta, 20, durante uma coletiva de imprensa, o ministro da Justiça, Flávio Dino, falou sobre como deve ser o futuro do GSI: “Evidentemente esse não é o debate da hora presente porque tem uma premissa. Se haverá ou não GSI e, em havendo GSI, se ele será comandado por um civil ou militar. Então, realmente, não há condições nesse momento de debater nomes, porque é preciso que, antes, o presidente da República faça o arbitramento quanto ao modelo que o GSI irá adotar”. Cappelli é o principal assessor de Dino e foi interventor da Segurança Pública do Distrito Federal após os atos violentos de 8 de Janeiro,  quando o governador Ibaneis Rocha (MDB) foi afastado do cargo por decisão do ministro Alexandre de Moraes.

Também nesta quinta, Moraes determinou que a Polícia Federal ouça Gonçalves Dias, o ex-ministro do GSI, em até 48 horas. Por isso, ele está sendo ouvido na manhã desta sexta-feira, 21. O ex-ministro do GSI vai ter que explicar o que fazia no terceiro andar do Palácio do Planalto durante a invasão do 8 de Janeiro. Na próxima quarta-feira, 26, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) também vai comparecer a Polícia Federal em Brasília para depor no inquérito que investiga os atos de 8 de Janeiro. O depoimento dele é também uma determinação de Moraes, que atendeu a um pedido da Procuradoria-geral da República para que Bolsonaro fosse ouvido em um prazo de dez dias. O inquérito instaurado pela PGR busca apurar possíveis colaborações de autores intelectuais dos atos de 8 de Janeiro. O inquérito investiga os envolvidos por crimes como terrorismo, golpe de Estado, ameaça e perseguição.

*Com informações da repórter Paula Lobão

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