MP e polícia investigam tortura em unidade do Extra em São Paulo

  • Por Jovem Pan
  • 21/09/2019 09h13
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Divulgação Extra Supermercado na Zona Sul de São Paulo afirma que já demitiu funcionário acusado de tortura

A Polícia Civil e o Ministério Público abriram inquéritos para investigar um caso de tortura em um supermercado na Zona Sul de São Paulo. O episódio só veio à tona agora, depois que o vídeo das agressões começou a circular nas redes sociais.

Na gravação, é possível ver um homem, que ainda não foi identificado, sendo torturado em uma sala do supermercado Extra Morumbi porque teria tentado furtar um pedaço de carne. Ele aparece com a calça abaixada, amordaçado com um fio de naylon e recebendo choques elétricos.

De acordo com a delegada que investiga o caso, Roberta Guerra Maransaldi, seis pessoas participaram do crime, que teria ocorrido em 2017.

“Um indivíduo já foi apresentado e interrogado, e confirmou a participação dele e de outros cinco [indivíduos], sendo que dois são seguranças de uma empresa privada e quatro são funcionários do hipermercado”, disse Maransaldi.

A delegada também explicou quais serão os próximos passos deste inquérito policial. “Ouvir os outros envolvidos, a direção do hipermercado, localizar testemunhas presenciais, que comprovem ou não a existência de crimes semelhantes e principalmente identificar a vítima.”

O membro do Conselho Estadual de Direitos Humanos, Ariel de Castro Alves, destaca que a tortura se configura quando uma pessoa é submetida a um intenso sofrimento físico e psicológico como forma de castigo.

“Agora é necessária a identificação da vítima para que ela seja ouvida no distrito policial e depois sejam identificados os agressores, que podem ser inclusive ser presos em razçãop do crime de tortura ser gravíssimo, previsto na legislação como crime hediondo.”

Assim que soube que as imagens estavam circulando nas redes sociais, a empresa de segurança G8, que prestava serviço ao supermercado, registrou um boletim de ocorrência sobre.

Em nota, a G8 informou que afastou o funcionário suspeito de torturar a vítima, e que está “à disposição das autoridades para esclarecer o assunto”.

O supermercado Extra lamentou o ocorrido e disse que, imediatamente, iniciou uma apuração interna para apurar o caso e tomar as providências necessárias. A empresa afirmou que demitiu um funcionário e afastou a empresa de segurança até a conclusão da investigação.

Em menos de um mês, esta é a segunda denúncia de prática de tortura em supermercado na capital paulista. O primeiro caso envolveu um adolescente de 17 anos, que também foi amarrado, amordaçado, despido e chicoteado após tentar furtar barras de chocolate do supermercado Ricoy, na zona Sul.

+ Os agressores filmaram parte da tortura e o vídeo veio à tona dias depois. Ameaçado pelos agressores, o jovem teve que sair de casa e foi abrigada em um centro de proteção para crianças e adolescentes em vulnerabilidade social da prefeitura de São Paulo.

*Com informações do repórter Afonso Marangoni

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