MPSP denuncia Paulinho da Força por caixa 2, corrupção passiva e lavagem de dinheiro

Em julho, a Polícia Federal realizou buscas na sede da Força Sindical e no gabinete do parlamentar, em Brasília, e, no dia 2 de outubro, indiciou o deputado pelos mesmos crimes

  • Por Jovem Pan
  • 14/10/2020 05h59 - Atualizado em 14/10/2020 09h57
Alex Ferreira/Câmara dos Deputados/Divulgação Paulinho da Força Ao todo, o deputado federal teria recebido R$ 1,7 milhão em propinas da J&F

O deputado federal Paulinho da Força foi denunciado nesta terça-feira, 13, pelo Ministério Público Eleitoral de São Paulo (MPSP). Segundo o órgão, o presidente do Solidariedade praticou os crimes de caixa 2, corrupção passiva e lavagem de dinheiro em duas ocasiões. Em 2010, quando concorreu à reeleição para a Câmara, e entre 2012 e 2013, após ter disputado a prefeitura de São Paulo. Ao todo, Paulinho da Força teria recebido R$ 1,7 milhão em propinas da J&F. Os pagamentos foram revelados nas delações premiadas de ex-executivos do grupo, incluindo os irmãos Joesley e Wesley Batista.

Segundo o Ministério Público, para repassar o dinheiro a Paulinho da Força, a J&F utilizou um esquema de doleiros e emissão de notas frias para serviços que não foram prestados. A denúncia é baseada na Operação Dark Side, que faz parte da primeira fase da Lava Jato que investiga crimes eleitorais em São Paulo. Em julho, a Polícia Federal realizou buscas na sede da Força Sindical e no gabinete do parlamentar, em Brasília, e, no dia 2 de outubro, indiciou o deputado pelos mesmos crimes. Além de Paulinho da Força, o advogado Cristiano Vilela Pinho, ligado ao parlamentar, também foi denunciado. Os promotores querem que, além da condenação, eles indenizem os cofres públicos em R$ 1,7 milhão.

Em nota, o deputado disse que “apresentará, no momento oportuno, os elementos necessários a demonstrar sua inocência quanto aos fatos apurados”. Ele disse que “causa perplexidade que a imprensa e setores do Judiciário utilizem informações de uma delação sabidamente fraudulenta, que agoniza no STF“. O deputado ainda repudia o que chama de “atuação da Lava Jato com viés político-partidário, extrapolando os limites constitucionais, buscando unicamente dar protagonismo para seus atores”. A defesa de Cristiano Vilela Pinho informou que só vai se manifestar nos autos.

*Com informações do repórter  Afonso Marangoni

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