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Mudança no modelo de atendimento de delegacias de SP divide opiniões

Viatura da Polícia Militar de São Paulo

Mudança no atendimento nas delegacias do Estado de São Paulo gera polêmica. Portaria do Delegado Geral obriga o registro das ocorrências de menor potencial ofensivo exclusivamente pela internet. A justificativa passa por concentrar as equipes nas investigações dos crimes mais graves. Para o cientista político do Núcleo de Pesquisas em Políticas Públicas, Leandro Piquet Carneiro, o trabalho cartorário precisa ser reduzido na Polícia Civil. “Primeiro a pessoa é vítima de um crime, depois é vítima do mau atendimento. Isso leva também à subnotificação de muitos crimes, isso é um grande problema, dificulta o processo de registro de ocorrências, a notificação cai e a polícia conhece menos de determinada área da cidade.”

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Para o coronel Elias Miler da Silva, presidente da Associação dos Oficiais Militares do Estado de São Paulo em Defesa da PM, o estado deveria transferir à Polícia Militar a responsabilidade da elaboração do Termo Circunstanciado de Ocorrência, algo já presente em 14 estados e no Distrito Federal. “São 80% as ocorrências que a PM atende. Esse crime que a PM tem que atender. O Supremo decidiu, Conselho Nacional de Justiça, o Conselho do Ministério Público e os delegados de São Paulo, por corporativismos e contra a sociedade, usam meios ilícitos para que a PM não faça o termo circunstanciado de ocorrência”, disse. O presidente da Associação dos Delegados de Polícia, Gustavo Mesquita, avalia que a medida não resolve o real problema dos distritos policiais. “Toda mudança não podem ser utilizadas como instrumentos para mascaras um problema que é a falta de funcionários. Sofremos com um déficit que ultrapassa 14 mil policiais e aumenta a cada dia.

Em nota, a Secretaria da Segurança Pública de São Paulo afirmou que todas as unidades policiais da capital seguem funcionando regularmente e garantindo atendimento a todos os cidadãos. Os efeitos alcançados pela mudança do Departamento de Polícia Judiciária da Capital são estudados pela instituição e serão apresentados oportunamente, e a nova sistemática é resultado de estudo, feito por uma equipe de especialistas durante dois anos, para aprimorar e otimizar o atendimento e a investigação de polícia judiciária oferecido ao público.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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