Na pandemia, 75% das empresas buscaram iniciativas pela saúde mental dos funcionários, diz pesquisa
Acompanhamento psicológico online foi oferecido como forma de auxiliar alguns funcionários e até mesmo seus familiares a lidarem com cenário atual do mundo
Desânimo, ansiedade e pressão foram alguns dos sentimentos que fizeram Leonardo Arakaki, de 37 anos, procurar acompanhamento psicológico. O analista de softwares começou a perceber que precisava de ajuda em maio do ano passado, quando estava tentando lidar com as mudanças pessoais e profissionais causadas pela pandemia. Um ano depois, Leonardo conta que os resultados da terapia são cada vez mais positivos. “Me ajudou bastante a conseguir me adaptar na rotina, de eu entender tudo aquilo que estava acontecendo, de eu aceitar e conseguir trabalhar, de me auto conhecer e melhorar muito nessa parte de estresse, de lidar com todos os impactos que a pandemia teve na minha vida pessoal e profissional”, afirmou. O acompanhamento de Leonardo foi um benefício oferecido pela empresa na qual ele trabalha, que contratou o serviço de terapia on-line semanal para os funcionários.
Segundo a pesquisa Gestão de Pessoas na Crise de Covid-19, da Fundação Instituto de Administração, de 2020 até agora, 75% das empresas no Brasil desenvolveram iniciativas para cuidar da saúde mental dos colaboradores. O vice-presidente global de Recursos Humanos do Grupo Stefanini, Rodrigo Pádua, conta que a empresa decidiu não só continuar com o apoio psicológico on-line para os funcionários, como também optou por ampliá-lo neste ano. “Nessa segunda onda, a gente incluiu o dependente direto, que é o esposo, esposa, ou os filhos, que são os dependentes diretos daquele colaborador. Eles agora estão podendo participar. Por que é que a gente achou isso importante? Porque às vezes aquele problema está dentro da casa dele, não necessariamente com os nossos colaboradores”, explicou.
A OrienteMe, que fornece o atendimento psicológico virtual, cresceu 1.100% só durante a pandemia. O CEO e cofundador da plataforma, Bruno Haidar, explica que além de ajudar os trabalhadores, o serviço melhora, também, o desempenho das empresas. “A gente consegue fazer mapeamento de como está os índices emocionais dessa população, a gente consegue mostrar se esses índices têm melhorado ou não com o tempo, a gente também oferece recursos gratuitos para esses parceiros nossos, exercícios de meditação, artigos personalizados semanalmente com base em temas de interesses das pessoas”, disse. Uma pesquisa feita em março pela Federação Brasileira de Bancos aponta que com um ano de isolamento social, 74% dos brasileiros acreditam que a situação está piorando. Perguntados sobre as principais alterações ocorridas nesse período, 58% responderam que sofreram mudanças nas finanças e relações interpessoais; em seguida, vem a saúde mental e emocional, com 57%, e o ambiente de trabalho, com 53%.
*Com informações da repórter Beatriz Manfredini
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