‘Para a oposição, qualquer coisa é motivo para CPI’, diz Marcos Rogério sobre investigação no MEC

Senador governista concedeu entrevista nesta sexta após o Gabinete de Segurança Institucional divulgar que pastores que tinham influência no MEC fizeram 35 visitas no Palácio do Planalto

  • Por Jovem Pan
  • 15/04/2022 11h58 - Atualizado em 15/04/2022 12h05
Jefferson Rudy/Agência Senado O senador Marcos Rogério, líder do DEM na Casa, durante sessão parlamentar Senador Marcos Rogério (PL-RO)

Nesta sexta-feira, 15, o senador da base governista Marcos Rogério (PL-RO) concedeu uma entrevista ao vivo para o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, para falar sobre a crise no Ministério da Educação (MEC), com possibilidade de casos de corrupção e da tentativa de instalação de uma comissão parlamentar de inquérito (CPI) no Senado Federal sobre as irregularidades que podem ter sido realizadas por pastores evangélicos que tinham acesso ao Executivo. Segundo ele, os fatos devem ser investigados, mas não numa CPI, já que tal instrumento poderia virar um palanque eleitoreiro neste ano de 2022. Marcos Rogério ainda defendeu que a Polícia Federal faça as apurações e que o governo não está preocupado que tenha havido algum crime, pela sua postura anticorrupção.

Na última quinta-feira, 14, o Gabinete de Segurança Institucional da Presidência da República (GSI) divulgou que os pastores acusados de lobby na educação, junto ao então ministro Milton Ribeiro, visitaram o Palácio do Planalto 35 vezes. Para o senador Marcos Rogério. “Para a oposição, qualquer motivo é motivo par uma CPI, porque o foco não é realizar uma investigação. A oposição trabalha numa lógica de construir narrativas acusatórias contra o governo federal. Por outro lado, e diferente de governos passados, esse governo não joga o tapete em cima dos fatos. Essa situação dos pastores que frequentavam o MEC e tinha acessos formais e informais, o próprio ex-ministro Milton Ribeiro, determinou a investigação. Há uma investigação em curso desde o ano passado por pedido do próprio ex-ministro. Então, não há preocupação do governo de que tenha havido o cometimento de crime no andar superior. Se na ponta alguém praticou abuso de confiança, mediante percepção de vantagem indevida, isso está sendo investigado pela Polícia Federal e, se identificar alguma conduta ilegal, serão enquadrados e punidos. Mas eu confesso que o número de visitas que fizeram mostra um certo abuso da confiança que eles tinham com o próprio ministro da Educação”, disse. E completou: “Quanto aos pastores terem estado no Palácio do Planalto, isso não é evidência de crime”.

Questionado sobre outra comissão parlamentar de inquérito, que deverá averiguar as obras inacabadas na Educação por todo o país, o senador disse ter interesse que se investigue as irregularidades. Entretanto, não considera que seja o melhor momento para fazer isso no Congresso Nacional. “Eu entendo que em ano ano eleitoral, CPI, qualquer que seja o lado, seja por iniciativa da base do governo, seja por iniciativa da oposição, acaba se transformando num palanque, em jogo eleitoral. Não acho que isso contribua para o processo de investigação, esclarecimento dos fatos, na busca do interesse público. No caso das obras inacabadas há provas, evidências, mas ainda assim eu tenho ponderado com os senadores quanto ao momento”, afirmou.

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