‘Não vamos abrir mão da volta às aulas’, diz secretário da Educação de SP

De acordo com Rossieli Soares, as 2,8 mil escolas que reabriram não registraram casos de transmissão de Covid-19 dentro delas

  • Por Jovem Pan
  • 21/12/2020 09h24
Pixabay Sala de aula Para o retorno, de acordo com o Rossieli, serão priorizados tanto o lado soco emocional quanto o cognitivo

O secretário da Educação de São Paulo, Rossieli Soares, descartou a possiblidade de regressão na reabertura das escolas e retomada das aulas. De acordo com ele isso vai acontecer, no mínimo, em rodízio e com oito alunos por sala e hora marcada em qualquer fase do Plano São Paulo, como foi divulgado na última semana. “Ainda que os números regridam, a gente precisa priorizar as escolas”, disse. “É importante que a sociedade faça uma escolha: ou bar aberto ou escola aberta. Temos desde a retomada 2,8 mil escolas funcionando e sem nenhum caso de transmissão dentro. Perdemos muito neste ano e, se passarmos por algo parecido de novo, não teremos condições de recuperar.”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Rossieli afirmou que não dá para esperar a vacinação das crianças para pensar em volta às aulas porque até os testes com os pequenos ainda não são certos. “Não existe vacina para criança em teste hoje no mundo, nem previsão em 2021. Os professores e funcionários das escolas são nossa prioridade, mas primeiro vem os grupos de risco. A Fase 1 no plano de imunização prevê essas pessoas mais afetadas, mas na Fase 2 estamos falando de profissionais fundamentais como professores, educadores e policias. Falta liderança no Brasil para o problema ser, de fato, resolvido. O que chegou de vacina até agora é insuficiente para todo mundo.”

Para o retorno, de acordo com o Rossieli, serão priorizados tanto o lado soco emocional quanto o cognitivo. Será um semestre todo trabalhando novos conteúdos lentamente e tentando resgatar o que deveria ter sido aprendido em 2020 para que todos possam estar nivelados o mais breve possível. “Isso tudo vai deixar marcas, é uma geração marcada pela Covid-19 até porque ainda não sabemos o trabalho do prejuízo. O EAD, mesmo em escolas privadas, não substitui a sala de aula. A tecnologia deve ser algo a mais, mas não substitui. O prejuízo de 2020 é incalculável. O Banco Mundial já fala em R$ 4,2 trilhões que vai se perder com essa geração porque ela está aprendendo menos. O Brasil já é um país com muitos problema na educação e isso vai piorar ainda mais.”

Segundo Rossieli, a conversa com os professores continua e será intensificada na segunda quinzena de janeiro. “Nossas escolas não são iguais antes, fizemos muitas reformas. Muitos professores nem viram ainda como elas ficaram após a pandemia. Melhorou muito, muito mesmo. Existe medo, falta de conhecimento de como a escola está preparada”, disse. Em relação as escolas particulares, o diálogo também é prioridade. Inclusive, foi criado um sistema de monitoramento que a rede privada abastece com número de casos e ocorrências para que existe um acompanhamento supervisionado pelo Estado.

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