Festa de gala e discursos políticos marcam reabertura do Museu do Ipiranga
Fechado em 2013 por problemas de segurança e falta de conservação, o patrimônio passou por restauração nos últimos quatro anos
Após ficar fechado por nove anos, o Museu do Ipiranga foi finalmente reaberto com uma cerimônia apenas para convidados na noite desta terça-feira, 6. Fechado em 2013 por problemas de segurança e falta de conservação, o patrimônio passou por restauração nos últimos quatro anos. A reforma do prédio tombado como patrimônio histórico, do jardim e do acervo custou R$ 235 milhões. Os recursos foram angariados através de verbas públicas e de 34 empresas privadas por meio da lei federal de incentivo à Cultura. O diretor do museu, Amâncio de Oliveira, detalhou as novidades em entrevista à Jovem Pan: “O edifício-monumento foi totalmente restaurado e está com 49 salas expositivas. Antes eram 19 salas. Então já dá uma noção do quanto o espaço foi otimizado para as exposições. Em frente ao edifício-monumento, nós ganhamos um edifício novo, bem em frente, que dobrou o tamanho para a área de acolhimento educativo, auditório, café e loja. Portanto, é para a família vir e ficar o dia inteiro no museu. E o museu é uma espécie de ativo. As suas exposições serão utilizadas para a reflexão sobre a nossa trajetória histórica e cultural para entendermos o que é o Brasil e qual a sua identidade”.
O acervo conta com 450 mil itens e documentos. Outra novidade que os visitantes vão encontrar são telas multimídia, nas quais é possível interagir com o conteúdo e ter utilizar ferramentas de acessibilidade, como a audiodescrição das obras. A reinauguração foi fechada para patrocinadores e autoridades e a cerimônia foi aberta pela Orquestra Sinfônica de São Paulo com a execução do Hino Nacional. O ex-governador João Dória foi elogiado pelo empenho para que a reforma saísse do papel e discursou no evento. O secretário de Cultura de São Paulo, Sérgio Sá Leitão, também falou ao público e ressaltou a transformação do monumento: “O que havia aqui, portanto, era um emblema de degradação. De certa maneira, um emblema de descaso com a Cultura, com a história e com o patrimônio de São Paulo e do país. Mas o nosso foco aqui é o presente, pois é aqui e agora que nós estamos construindo um futuro melhor”.
Sá Leitão também fez críticas ao Governo Federal: “Aqui em São Paulo nós respeitamos, valorizamos e apoiamos a Cultura”. Os comentários foram rebatidos pelo ministro do Turismo, Carlos Brito, que foi vaiado em dois momentos, ao falar da vacina da Covid-19 e do Auxílio Brasil: “Porque o Museu do Ipiranga não é do Governo Federal, não é do governo estadual e não é do governo municipal. Ele realmente é do povo, e hoje estamos entregando mais uma obra à população brasileira, que realmente merece”. Após a cerimônia os convidados fizeram um tour pelo museu. Nesta quarta-feira, 7, o monumento abre para visita especial com os funcionários que trabalharam na reforma, seus familiares e alunos da rede pública. A visitação aberta ao público geral começa na quinta-feira, 8. Durante dois meses os ingressos serão gratuitos, mas é preciso fazer a reserva pela internet.
*Com informações da repórter Carolina Abelin
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