Número de exames para diagnóstico de glaucoma diminui na pandemia

Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia apontam queda de quase 1,6 milhão de avaliações para a doença feitas pelo Sistema Único de Saúde apenas em 2020

  • Por Jovem Pan
  • 26/05/2021 10h46 - Atualizado em 26/05/2021 16h05
Arquivo / Agência Brasil Mulher pinga colírio nos olhos Projeção da Sociedade Brasileira de Glaucoma é que 111,8 milhões de pessoas podem sofrer com a doença em 2040

O advogado Marcelo Lucietto, de 42 anos, convive com glaucoma nos dois olhos há cerca de sete anos. Ele conta que sempre manteve um acompanhamento rigoroso com oftalmologista, mas em virtude da pandemia não conseguiu realizar o exame para controle anual da doença. Após perder parte do campo de visão, o advogado recomeçou o tratamento com colírio. “Já fez a troca do colírio, já está controlada de novo e acho que ficou uma lição para não deixar passar mesmo que esses imprevistos, essas coisas que não estão no nosso controle aconteçam. Fazer um esforço adicional para manter o controle dentro da periodicidade recomendada pelo médico para não ter esse tipo de prejuízo novamente”, relata. Dados do Conselho Brasileiro de Oftalmologia indicam queda de quase 1,6 milhão de exames para identificação de glaucoma foram feitos pelo Sistema Único de Saúde (SUS) apenas em 2020. O presidente do Conselho Brasileiro de Oftalmologia, José Beniz Neto, lembra que nesta quarta-feira, 26 de maio, é comemorado o Dia Mundial do Combate ao Glaucoma e pede que os brasileiros não ignorem os exames de controle.

“É importante que a população procure o seu médico mesmo agora, informando das condições de atendimento, de afastamento, com a utilização dos mecanismos protetores da transmissão. É importante para que não haja perda de campo visual. Nós vimos que alguns pacientes pararam o uso do colírio na pandemia, a pessoa acha que pode fazer isso e não é o indicado”, disse. A estimativa é que de 1% a 2% da população mundial convive com glaucoma. A projeção da Sociedade Brasileira de Glaucoma é que 111,8 milhões de pessoas podem sofrer com a doença em 2040.

*Com informações do repórter Victor Moraes

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