Omar Aziz entregará relatório final da CPI a Aras e promete ‘pressão’ por apuração

Texto pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por pelo menos nove crimes e de outras 79 pessoas

  • Por Jovem Pan
  • 27/10/2021 07h16 - Atualizado em 27/10/2021 10h06
Marcos Oliveira/Agência Senado Omar Aziz apoia a mão no rosto, usando máscara de proteção branca Omar Aziz já avisou que os senadores vão pressionar para que sejam feitas as apurações

O presidente da CPI da Covid-19, senador Omar Aziz, vai entregar pessoalmente, nesta quarta-feira, 27, ao procurador-geral da República, Augusto Aras, o relatório do senador Renan Calheiros, que foi aprovado por 7 votos a 4. O texto pede o indiciamento do presidente Jair Bolsonaro por pelo menos nove crimes e de outras 79 pessoas, entre filhos do presidente, ministros, empresários e médicos. Omar Aziz já avisou que os senadores vão pressionar para que sejam feitas as apurações. “São fatos, não é narrativa. Não há como qualquer membro do Judiciário dizer que não existiu, pode até questionar alguma coisa, mas vai ter que escrever, vai ter que negar, colocar lá a sua assinatura e dizer que não houve nada. E o bom brasileiro, aquele que jurou a Constituição, aquele que passou em um concurso público, não tem o direito de engavetar. Ele tem a obrigação de continuar a investigação”, disse.

A CPI não tem o poder de punição. Por isso, os pedidos de indiciamento serão encaminhados ao Ministério Público para que as autoridades tomem as devidas providências. A Procuradoria-geral da República só deve cuidar dos casos em que houver o chamado foro privilegiado. O Luis Carlos Heinze também teve o nome dele incluído no relatório a pedido do senador Alessandro Vieria. No entanto, o próprio parlamentar pediu a retirada do nome do colega, alegando que, considerando o serviço prestado pela comissão, não deveria “colocar nenhum pedaço [do trabalho] em risco por causa de um parlamentar irresponsável”. O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, havia considerado um exagero o pedido de indiciamento de Heinze e chegou a pedir que a decisão fosse revista. Mesmo assim, ele deixou claro que não houve interferência na Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI), apenas uma reconsideração. O único governo com pedido de indiciamento foi Wilson Lima, do Amazonas.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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