Operação no Rio de Janeiro mira propina de bicheiros a policiais

Segundo as investigações, Rogério Andrade repassava R$ 100 mil mensais a delegacias e batalhões

  • Por Jovem Pan
  • 19/08/2022 07h18
Joel Santana/Pixabay Notas de R$ 50 dispostas em círculos com duas de cem por cima, no meio, em formato de cruz Pagamento mensal dado às autoridades seria de mais de R$ 100 mil

Delegacias e batalhões da Polícia do Rio de Janeiro estariam na “caixinha” do jogo do bicho e o pagamento mensal dado às autoridades seria de mais de R$ 100 mil, e o valor total desembolsado pelos contraventores totalizaria mais de R$ 700 mil. A suspeita está sendo investigada no âmbito da Operação Calígula, que prendeu em maio deste ano dois delegados da Polícia Civil e, na semana passada, deteve os dois maiores contraventores do Estado, Rogério Andrade e seu filho, Gustavo Andrade, que eram os principais alvos da operação. Planilhas apreendidas pelo Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado (Gaeco), do Ministério Público, indicam um grande esquema de pagamento de propina para delegacias da Polícia Civil e Batalhões da Polícia Militar. A “planilha da propina” foi encontrada em aparelhos eletrônicos que foram apreendidos. Segundo a Justiça, as mídias destes aparelhos contém arquivos complexos com cifras milionárias e indicativos de serem direcionadas ao controle dos jogos de azar.

Os documentos têm pagamentos periódicos a diversas autoridades, a maioria na Zona Norte e Oeste da capital fluminense, e até unidades especializadas fariam parte do esquema. O repasse mensal chegaria a quase R$ 130 milhões no total. Segundo as investigações, Rogério Andrade montou uma rede de jogos de azar que extrapolaria as divisas do Estado, contava com apoio do filho e principalmente de Ronnie Lessa, preso desde 2019 acusado de ter assassinado a vereadora Marielle Franco.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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