Pacheco faz apelo a Kamala Harris por vacinas paradas nos EUA; governo confirma acordo com Pfizer e Janssen
Presidente do Senado quer que os Estados Unidos autorizem o Brasil a comprar parte dos imunizantes da AstraZeneca estocados naquele país
O ministério da Saúde anunciou que fechou contratos com a Pfizer e a Janssen para a compra de 138 milhões de doses de vacina contra a Covid-19. Desse total, 100 milhões serão da Pfizer, que já tem até registro definitivo, e 38 milhões da Janssen, que ainda não pediu autorização para a Anvisa. Cada dose deverá custar US$ 10. A vantagem da vacina da Janssen é que ela necessita de apenas uma dose, enquanto as demais são necessárias duas doses para imunização. A Pfizer informou que as vacinas deverão ser disponibilizadas até o início do segundo semestre. O ministério prevê 23 milhões e meio de dose até o fim de julho e o restante até 30 de setembro. No caso da Janssen, são quase 17 milhões de doses até o fim de julho, sendo que o restante deverá chegar até novembro.
No domingo, chega ao país o primeiro lote de um milhão de doses da Covax Facility, que faz parte da cooperação internacional da OMS e reúne mais de 150 países. A Anvisa liberou a aplicação das doses mesmo sem o registro emergencial ou definitivo. A justificativa é que integrantes da Agência participaram dos estudos que teriam comprovado a segurança do imunizante.
O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco pediu ajuda nesta sexta-feira, 19, à vice-presidente dos Estados Unidos Kamala Harris. Ele quer que os Estados Unidos autorizem o Brasil a comprar parte das doses da vacina da AstraZeneca estocadas naquele país. Pacheco ressalta que o compartilhamento de doses daria um impulso decisivo ao esforço de imunização da população brasileira. Segundo ele, o gesto humanitário contribuiria não apenas para o aprofundamento dos laços de amizade e cooperação que unem nossos países, mas seria também a forma mais eficaz de conter a propagação da epidemia no seu atual epicentro, uma vez que toda comunidade internacional estaria preocupada com o Brasil.
Ontem também a Anvisa rebateu críticas da União Química de que a agência estaria beneficiando o Instituto Butantan e a Fiocruz. Em nota, a agência afirmou que não tem predileção nem favorece esse ou aquele laboratório e explicou que os técnicos da agência já se reuniram 15 vezes com a União Química para discutir detalhes sobre a documentação necessária para o pedido de uso emergencial da vacina Sputnik V. Esclareceu, ainda, que não exerce nenhum tipo de atividade político-partidária, nem trabalha para favorecer qualquer liderança política. Nova reunião deve acontecer na segunda-feira.
A agência já avisou, no entanto, que é necessário ainda enviar documentos complementares para que a análise possa ser feita, sendo que o prazo final para apresentar a documentação é 16 de maio. O laboratório ainda precisa mostrar a avaliação de risco do imunizante, e dar detalhes sobre o processo de fabricação e data de validade e formas de conservação. Para garantir que as vacinas contra a Covid-19 sejam aplicadas nas chamados grupos prioritários, a Controladoria-Geral da União está monitorando o cumprimento das diretrizes do Ministério da Saúde em todo o país. Até o momento, foram encontradas 50 mil inconsistências nos dados, o que representa 0,5% do total .
* Com informações da repórter Luciana Verdolin
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