Pandemia prejudica sono dos brasileiros e mulheres são mais afetadas, diz pesquisa
Especialistas explicam que determinar horários e se distanciar das telas antes de dormir podem ser boas alternativas para regular o sono
Desde pequena, Tayane Oliveira nunca teve uma boa relação com o sono. A estudante de 22 anos conta que ainda quando era criança ficava horas rolando na cama para conseguir dormir. Hoje, com a pandemia, a situação ficou ainda pior. Sem uma rotina bem definida, estudando e trabalhando de casa, a carioca tem tido ainda mais dificuldade para pegar no sono. “Eu funciono à base de rotina. Gosto e faz bem para mim. Preciso ter uma hora para acordar, comer, levantar, sair, voltar para casa. Na pandemia é muito difícil seguir uma rotina, porque eu acordo para ter aula e às vezes estou tão cansada que não levanto, que não tenho forças para levantar e ir à escrivaninha ficar sentada como deve ser”, explica.
Uma pesquisa realizada pela Rede Nossa São Paulo em parceria com o Ipec apontou que 50% da população paulistana sofreu alterações no sono com a pandemia. Segundo a análise, o impacto foi maior entre as mulheres. Além do sono, outros pontos como mudanças repentinas de humor, irritabilidade, angústia, alteração alimentar, tristeza e sintomas de ansiedade foram registrados pelos voluntários. A neurologista e especialista em sono Rosana Cardoso Alves explica que o sono regula quase tudo no nosso organismo e por isso é tão importante dormir bem. “Vários aspectos da nossa vida são intrinsecamente relacionados ao nosso sono. Se você dorme pouco, ou dorme mal, você impacta em várias áreas da sua saúde. Por exemplo, na sua imunidade, na sua saúde mental, na parte cardiovascular… É difícil a gente achar um aspecto da saúde que o sono não esteja envolvido”, pontua.
Assim como a Tayane, muitas pessoas não conseguem se desligar das telas antes de dormir. A neurologista Rosana Cardoso explica que esse uso excessivo de eletrônicos apresentou grandes impactos na qualidade do sono. Por isso, ela diz ser importante tentar se desconectar um tempo antes de deitar. A médica ressalta também que é fundamental para o organismo entender os horários, sobretudo para que haja uma produção correta dos hormônios durante a noite. Por isso, é necessário criar uma rotina e tentar dormir sempre no mesmo horário.
*Com informações da repórter Camila Yunes
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