‘Para a população, variante da Covid-19 não muda nada’, avalia virologista da Dasa
De acordo com José Eduardo Levi, não dá para descartar a possibilidade de mutações mais graves
O virologista da Dasa, laboratório que identificou a nova variante da Covid-19 em exames em São Paulo, José Eduardo Levi, avalia que a Anvisa está fazendo o papel dela ao alertar a população sobre a nova linhagem do vírus. Além disso, ele descartou a possibilidade dos exames PCR terem algum problema com a variante. “Todos detectam. O que acontece é que alguns exames identificam e acusam a linhagem, outros não. Mas o impacto dos testes só vamos saber agora, com análise. Hoje ainda é prematuro falar que eles sofreram, não temos evidência nenhuma disso.”
Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, José Eduardo destacou que, para a população, essa variante não muda nada. “Ela pode ser mais transmissível, mas é controlada da mesma forma. Então não muda. O que pode acontecer é, em aglomerações sem máscara, se alguém estiver doente vai contaminar mais pessoas”, disse. Já do lado do diagnóstico e da vacina, os especialistas estão avaliando o que os imunizantes são capazes de prevenir. “As variantes vão aparecer, mas demos destaque para essa porque a agência inglesa relatou que é mais fácil de transmitir.”
José Eduardo não descarta a possibilidade de que apareçam variantes mais graves. “Quanto menos pessoas infectadas, menor a chance da produção de variantes. Se ela tiverem vantagens adaptativas, isso pode modificar o comportamento do vírus”, explicou. De acordo com o virologista, o foco é em ter vacinas e vacinar. “Nas linhagens comuns, sabemos que tem uma taxa de eficácia alta. Não sabemos se isso se mantém para essa variante. Tem chances de perda de eficácia se o vírus mudar, então o resultado por não ser tão bom. O ponto positivo é que as tecnologias das vacinas atuais são muito modernas, então seria rápido para acrescentar a nova cepa.”
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