Partidos apresentam representação ao Conselho de Ética contra Chico Rodrigues

STF deve analisar na próxima quarta-feira se pedido de afastamento emitido pelo ministro Roberto Barroso é pertinente; Senado enxergou documento como ‘intromissão’

  • Por Jovem Pan
  • 17/10/2020 09h12 - Atualizado em 17/10/2020 13h01
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Jane de Araújo/Agência Senado chico rodrigues Partido do senador tenta se descolar da imagem dele

O Supremo Tribunal Federal (STF) vai analisar na próxima quarta-feira, 21, a decisão do ministro Luís Roberto Barroso que determinou o afastamento do senador Chico Rodrigues (DEM) do mandato por 90 dias. Foi o próprio ministro Barroso quem decidiu levar a questão ao plenário da Corte, que vai dar a palavra final sobre a manutenção ou não do afastamento. O problema é que a determinação do ministro do STF não foi bem recebida pelo Congresso Nacional: o senador Major Olímpio, durante entrevista à Jovem Pan, explicou que, entre os parlamentares, a determinação de Barroso está sendo vista como uma “interferência indevida” do Judiciário em assuntos internos do Senado Federal.

“Ninguém quer passar a mão na cabeça de ninguém, temos sempre a preocupação com o assassinato de reputações. Nós estamos pedido de imediato a apuração e o foro apropriado é o Conselho de Ética. Não dá para atropelar”, afirmou o senador. Por causa disso, a oposição apresentou ao Conselho de Ética do Senado uma representação contra Chico Rodrigues, que pode, inclusive, perder o mandato. O senador Major Olímpio admite, no entanto, que a discussão pode demorar, já que é preciso “garantir a ampla defesa”.

Chico Rodrigues é investigado por suposto desvio de recursos de combate à Covid-19 para o estado pelo qual foi eleito, Roraima. Ele foi flagrado na última quarta-feira com mais de R$ 30 mil escondidos nas partes íntimas. O senador, que fazia parte da comissão que acompanha aplicação dos recursos contra a doença, pediu afastamento. Major Olímpio, ao falar da situação dos desvios de recursos para combate ao coronavírus, afirmou que o grande responsável pelos problemas não seria o senador, e sim o Governo Federal. “O executivo criou essas possibilidades na medida em que ofereceu R$ 30 milhões para alguns parlamentares, para alguns senadores”, disse. O Democratas, partido do senador, também pressiona Chico Rodrigues para se afastar da legenda. O presidente do Senado, Davi Alcolumbre, adotou um discurso cauteloso e afirmou que vai aguardar informações sobre as investigações antes de adotar qualquer medida administrativa.

*Com informações da repórter Luciana Verdolin

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