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Passaporte sanitário divide opiniões e deve escancarar desigualdade; entenda

A cidade do Rio de Janeiro reabriu o comércio nesta sexta-feira, 9, após duas semanas de fechamento para tentar conter o avanço da pandemia

A adoção de um “passaportes sanitário” promete opor aliados e opositores ao governo nas próximas semanas na Congresso Nacional. Na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro se colocou contra a medida. “Não acredito que passe pelo parlamento, se passar eu veto. E o parlamento vai analisar o veto”, disse o mandatário. O projeto aprovado pelo Senado Federal propõe a criação do Certificado de Imunização e Segurança Sanitária. O documento permite que pessoas vacinadas ou com resultado negativo para Covid-19 possam entrar em eventos públicos, hotéis, parques e outros locais. Agora, o texto precisa agora passar pela Câmara dos Deputados, onde já enfrenta a resistência da base governista. Há outros textos em tramitação na Casa, sendo que uma das propostas sugere a implementação de um certificado digital semelhante ao adotado na União Europeia, criado para facilitar viagens entre os países do bloco sem quarentena ou testes adicionais. A definição das regras ficaria a cargo do Ministério da Saúde.

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Um dos autores do projeto, o deputado Geninho Zuliani, quer dialogar com o governo para diminuir as resistências à ideia. “O projeto não visa, em nenhum momento, diminuir a liberdade das pessoas. Muito pelo contrário, é acelerar a liberdade das pessoas, mas com segurança. Nosso objetivo agora é explicar de forma clara, pedir a compreensão de aqueles que influenciam o presidente a tomar essas decisões antecipadas e equivocadas, para que o nosso passaporte possa ser aprovado, dando um passo à frente com o resto do mundo”, relata. A especialista em migração, Diana Quintas, vê vantagens na criação do passaporte nesse momento, mas pondera que desigualdades e diferenças de autorizações dificultam a implementação. “É difícil a gente dizer que é justo e é ético, porque é algo que não está disponível para todo mundo. Aí entra na questão de divergência politica, o quanto cada país tem priorizado a questão sanitária e dedicado recursos para que a população seja vacinada. Tem a questão das divisas, tem alguns países que não têm os mesmos recursos que outros”, disse, afirmando que a quarentena obrigatória ainda é uma alternativa, mas representa um custo adicional para quem não quer ou ainda não teve a oportunidade de se vacinar.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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