Pazuello diz que entraves jurídicos dificultam compra de vacina da Pfizer
Ministro da Saúde espera ter 15 milhões de doses do imunizante de Oxford disponíveis até o fim de janeiro; até o momento, nenhum laboratório pediu registro definitivo ou emergencial de vacina no Brasil
Com uma alta na média móvel de óbitos pela Covid-19, o Brasil registrou 527 mortes nas últimas 24 horas. O país superou as 187 mil vidas perdidas para a doença. Ao todo, são mais de 7,2 milhões de casos confirmados, sendo que 86% estão curados. Em entrevista exclusiva ao repórter José Maria Trindade, o ministro da Saúde, Eduardo Pazuello, disse que entraves jurídicos e logísticos ainda dificultam um acordo para compra da vacina da Pfizer.
Pazuello ressaltou que a situação é discutida tanto no governo quanto no Congresso Nacional e não descartou levar o debate ao Supremo Tribunal Federal. “Mas existem cláusulas complicadas, a parte da Pfizer que são a isenção da responsabilidade de efeitos colaterais que a Pfizer coloca, ela se desobriga de qualquer responsabilidade contra efeitos colaterais por causa da velocidade do desenvolvimento, ela não tem condição de verificar os colaterais futuros e também não quer ser julgada no Brasil, quer que sejam levados para uma Corte em Nova York.”
O ministro da Saúde reforçou que qualquer imunizante contra a Covid-19 precisa do aval da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa). O ministro garantiu que vai tomar a vacina no momento certo, mas admitiu que qualquer droga experimental apresenta riscos. “Todas as pessoas que, pela lei, participam desse experimento, sabem que os testes não foram concluídos e que a vacina não está aprovada em eficácia e segurança, ela tem que saber que está participando de um experimento e, sim, precisa na minha visão assinar um termo se declarando ciente disso. Apenas nesses casos, não na nossa campanha de vacina com vacinas registradas”, afirmou. Eduardo Pazuello espera ter 15 milhões de doses da vacina de Oxford, produzida pela Fundação Oswaldo Cruz, disponíveis até o fim de janeiro. Até agora, nenhum laboratório pediu registro definitivo ou emergencial da vacina no Brasil.
*Com informações dos repórteres Camila Yunes e Vinícius Silva
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