Brasil está desenvolvendo três vacinas contra a Covid-19, diz ministro Marcos Pontes
Durante o programa ‘Direto Ao Ponto’, o ministro afirmou que um dos imunizantes iniciará os testes em janeiro e deve concluí-los no segundo semestre de 2021
O Brasil está na rota de produção de vacinas contra a Covid-19 com três variantes em estágio mais avançado, segundo o ministro da Ciência, Tecnologia e Inovações (MCTI), Marcos Pontes. Durante sua participação no programa Direto ao Ponto, da Jovem Pan, o ministro comentou sobre os avanços nas pesquisas no combate ao coronavírus. “Criamos a Rede Vírus em fevereiro, com especialistas, e eles nos deram as diretrizes em várias áreas. Investimos em 15 protocolos diferentes (diferentes vacinas), primeiro para atender o desenvolvimento das tecnologias no Brasil e para verificar qual delas seria melhor, depois para conseguirmos montar uma estrutura de desenvolvimento de vacinas em curto prazo. Três se destacaram. Uma delas é de spray nasal, a outra é subcutânea e serve tanto para a Covid-19 quanto para Influenza, e a terceira também é subcutânea e começará os testes em humanos em breve. Ela cria anticorpos reagentes e atinge o sistema linfático, o que é uma novidade. Nós pretendemos começar agora em janeiro os testes com 120 pessoas e, se comprovada a eficácia, partimos para um teste maior de 20 a 30 mil pessoas”, explicou.
De acordo com o ministro, essas vacinas são totalmente brasileiras e, a mais avançada, deve ter seus resultados finais divulgados somente no segundo semestre de 2021. “A da Influenza e Covid é produzida no INCT vacinas em Campinas. Toda a base dela é feita por brasileiros com tecnologia nacional. A de spray nasal está sendo feita por pesquisar da USP em São Paulo e é completamente nacional. Já a terceira é da USP de Ribeirão Preto e nessa tem presença tripartite: o Ministério, as pesquisas na USP e um carreador de uma empresa americana, usado aqui”, disse. “Os testes clínicos levam, aproximadamente, três meses com 120 pessoas (fases 1 e 2). Talvez no final de fevereiro dá para fazer uma abertura dos dados para ver como andam as coisas e, se eles disserem que dá para começar a fase 3, a nossa expectativa é que até outubro ou setembro encerramos os testes”, completou.
Na questão de medicamentos contra a Covid-19, o ministro Marcos Pontes afirmou que o vermífugo Annita (nitazoxanida) foi aprovado em pesquisas e revistas científicas na recuperação de pacientes com sintomas iniciais da doença. De acordo com ele, o remédio também está sendo utilizado em países da Europa. “Em fevereiro começamos a estudar um remédio de reposição – que tinha na farmácia e que poderia ajudar na Covid. No laboratório do Cepem começaram a testar dois mil medicamentos e selecionaram cinco, e esses foram para testes em vitro. O annita conseguiu 94% de redução da carga viral e foi passado para o teste clínico, com pacientes. Conseguimos 500 voluntários, a pessoa (com sintomas precoces) fazia o teste de carga viral, levava o medicamento para casa, depois voltava, refazia o teste e media a carga viral. A conclusão foi: o annita reduz a carga viral, 50% dos pacientes negativaram, sete dias depois 78% já não tinham nenhum sintoma. Esse remédio não teve nenhum efeito colateral e é barato. Foi feito o pré-relatório e divulgado em outubro. Agora está esperando para impressão, mas já foi aceito. Outros países também estão testando, incluindo a Espanha. A própria OMS também parece que está em contato com isso”, finalizou.
Tecnologia 5G e embate China x Estados Unidos
Responsável pela área de tecnologia, o ministro deu seu parecer sobre a internet 5G que terá leilão no Brasil no primeiro semestre de 2021. “O 5G vem como uma tecnologia totalmente diferente. Pensamos que 2G para 3G melhora conectividade e assim por diante, mas o 5G tem mais capacidade de armazenar dados e conectar mais dispositivos e você tem um tempo de latência menor (tempo de resposta de uma máquina para outra). A Anatel tem plenas condições de fornecer o 5G para o país, havia um problema com as parabólicas, mas já houve um ajuste”, explicou Marcos que, inclusive, revelou brevemente que o país trabalha em um projeto de tecnologia 6G com a Inglaterra, mas não deu muitos detalhes.
Questionado sobre qual país o Brasil irá priorizar na compra da infraestrutura: China ou Estados Unidos, o ministro afirmou que não há diferenças gritantes entre as técnicas de ambos os países e o que vai contar é o preço. “Não muda a tecnologia, é padronizada. Quem escolhe o fornecedor são as empresas que trabalham no ramo. Temos vários fornecedores diferentes, de vários países diferentes. Mas depende de preço e qualidade. Do nosso ponto de vista (termos técnicos) não tem diferença entre equipamentos asiáticos e americanos”, completou.
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