Peru e Equador vão às urnas em eleições presidenciais neste domingo

Além dos dois países, que têm disputas acirradas para escolher novos representantes, Bolívia escolherá governadores; Chile, que faria referendo neste domingo, adiou eleições por causa da Covid-19

  • Por Jovem Pan
  • 11/04/2021 09h41
Luca Piergiovanni/EFE/11.04.2021 pessoas votando em urna de papel Cidadãos votam no Equador

O Equador vai voltar às urnas neste domingo, 11, para escolher o próximo presidente. A disputa acirrada está entre Guillermo Lasso, conservador que concorre à presidência pela terceira vez, e Andrés Arauz, candidato que representa uma das maiores forças políticas do país, os apoiadores do ex-presidente Rafael Correa. O professor de relações internacionais da FMU, Manuel Furriela, avalia que Lasso pode sair vitorioso. “A população está dividida entre a proposta de esquerda, que não trouxe grande apelo e teve desgaste na figura do ex-presidente Correa, e a proposta de direita, que é associada ao modelo econômico e a propostas econômicas que também não são bem vistas pela população. O resultado é uma incógnita, mas acredito em uma pequena vantagem do candidato de direita”, afirmou. Os eleitores que serão decisivos para determinar o vitorioso, no entanto, são do líder indígena, Yaku Perez, que ficou de fora do segundo turno por menos de 33 mil votos.

Já no Peru, não há um candidato que possa ser considerado favorito nas eleições presidenciais. As pesquisas apontam para uma disputa tão acirrada que é difícil prever até quem irá para o segundo turno, marcado para junho. Para o professor de relações internacionais do IBMec, Alexandre, é provável que o economista Hernando de Soto e o ex-deputado Lescano avancem para a próxima etapa. “Eu acredito que o jogo vá ficar entre o Lescano e o de Soto, o que seria uma grande surpresa, porque faz tempo que a América do Sul não vê uma disputa de segundo turno entre candidatos que poderíamos chamar de direita”, afirmou. Já o professor Manuel Furriela, acredita que Keiko Fujimori, que chegou a ser presa acusada de corrupção, tem chances de ir ao segundo turno. “Ela mudou a estratégia agora no final da campanha. Ao contrário das outras eleições da qual ela participou, essa não é a primeira vez na qual ela é candidata. Ela procurou nas outras usar um discurso muito próximo do pai, que é um discurso de mão forte, um discurso de direita, um discurso que elegeu o Fujimori, ele liderou o país por 10 anos”, recordou.

A Bolívia terá um segundo turno para eleger os governadores de La Paz, Tarija, Chuquisaca e Pando. A votação será determinante para ditar os rumos do país, que vem sofrendo tensões desde a prisão da ex-presidente interina, Jeanine Añez, no mês passado. Pires considera a situação no país como de quase um conflito aberto. “A Bolívia tem sido um pequeno barril de pólvora na América do Sul, digamos, uma espécie de vingança política. O que aconteceu com a Añez leva um pouco uma vingança política. Na hora em que a esquerda voltou, a esquerda fez um acerto de contas com esses que destituíram o erro, então o clima é dos piores possíveis”, afirmou. Em um comunicado, o chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Antony Blinken, desejou aos “cidadãos da Bolívia, Equador e Peru eleições bem-sucedidas” e pediu que os pleitos sejam “justos, livres, acessíveis e pacíficos”. Para evitar aglomerações, as eleições no Chile para constituintes, prefeitos e governadores, que também ocorreriam neste domingo, foram adiadas para maio.

*Com informações da repórter Letícia Santini

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