Policiais sofreram ao menos 200 ataques a tiro em ação no Jacarezinho, aponta laudo

Segundo o estudo, os episódios teriam acontecido em mais de 60 pontos diferentes da comunidade

  • Por Jovem Pan
  • 29/05/2021 11h31
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José Lucena/Thenews2/Estadão Conteúdo Em uma rua estreia da favela do Jacarezinho, cinco policiais civis andam pela rua, enquanto o caminhão blindado da polícia anda em direção a eles; três crianças e duas mulheres assistem a tudo da calçada A operação realizada em 6 de maio resultou na morte de 28 pessoas, sendo 27 suspeitos de ligação com o tráfico de drogas e um agente da Polícia Civil

Um relatório reservado da polícia fluminense apontou que os policiais civis que participaram da operação na favela do Jacarezinho sofreram pelo menos 200 ataques de criminosos. Segundo o estudo, os ataques a tiros teriam acontecido em mais de 60 pontos diferentes da comunidade. A operação realizada em 6 de maio resultou na morte de 28 pessoas, sendo 27 suspeitos de ligação com o tráfico de drogas e um membro da Polícia Civil, e é considerada a ação mais letal da história do Rio de Janeiro. Os agentes de segurança afirmam que foram atacados e responderam à ação criminosa. De acordo com eles, não aconteceram execuções sumárias, como relatam moradores e testemunhas. A polícia fluminense decretou sigilo sob as investigações por prazo de cinco anos. Isso está sendo questionado pelo Ministério Público do Rio de Janeiro. A polícia alega que um eventual vazamento de informações da investigação poderia prejudicar o andamento da apuração.

O MP do Rio, por sua vez, não descarta a possibilidade de ouvir os policiais que participaram da operação e acionar a Justiça para ter acesso detalhado às investigações da ação. O Ministério Público também segue uma apuração autônoma e independente para apurar o caso. O sigilo sob as operações da polícia vale também para todas as intervenções que aconteceram durante a pandemia de Covid-19, especialmente após decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de regra a atuação em áreas carentes, favelas e comunidades. Foram mais de 500 operações desde meados do ano passado, sendo que o próprio MP já abriu mais de 40 investigações. Nenhuma delas foi finalizada até o momento.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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