Preço do óleo diesel tem queda de 5,8% nas refinarias a partir desta terça-feira

Com transporte de cargas no Brasil feito prioritariamente pelas rodovias e com veículos pesados, a redução deve repercutir rapidamente sobre toda a atividade econômica nacional

  • Por Jovem Pan
  • 20/09/2022 07h59 - Atualizado em 20/09/2022 12h03
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RENATO S. CERQUEIRA/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Frentista coloca combustível em carro Petrobras realiza sua terceira redução no preço do diesel em 2022, mas, ainda assim, os valores são mais elevados do que os praticados no final de 2020

O óleo diesel, que é considerado o combustível motor do Brasil, vai ficar mais barato nas refinarias da Petrobras a partir desta terça-feira, 20. A redução será de 5,8%, equivalente a queda de R$ 0,30. O combustível passará a custar R$ 4,89. Esta é a terceira redução promovida pela Petrobras no diesel neste ano de 2022. Como o transporte de cargas no Brasil é feito prioritariamente pelas rodovias e com veículos pesados, a redução no óleo diesel deve repercutir rapidamente sobre toda a atividade econômica nacional. O reajuste tem relação direta com a conjuntura econômica internacional, com perspectivas de crescimento pequeno ou até recessão no hemisfério norte do globo na segunda metade do ano. Com a possibilidade de recessão, a demanda por diesel cai e, por isso, preços mais baratos passam a ser praticados. É o que avalia o diretor do Centro Brasileiro de Infraestrutura, Pedro Rodrigues: “A diminuição do diesel hoje pela Petrobras mostra que a companhia continua seguindo a paridade de preço internacional, que já vem, essa política, desde 2016. O preço do petróleo tem cedido muito no mercado internacional, andando abaixo da casa dos US$ 92, ainda apresentando muita volatilidade, mas em patamar menor do que a gente viu no passado, quando ficou flutuando acima dos US$ 100”.

Apesar de já ser a terceira redução da Petrobras em 2022, os preços do diesel praticados hoje ainda são bem mais elevados do que os alcançados até o final de 2020, por causa da conjuntura internacional e da política de paridade de preços internacionais, que leva em consideração o preço do barril do petróleo do tipo brent e a cotação do dólar frente ao real. Para o economista Aurélio Valporto, presidente da Abradin, associação que reúne acionistas minoritários de empresas de capital aberto, os preços no Brasil poderiam ser bem mais baratos se o país fosse também autossuficiente em refino de petróleo. “Apesar do anúncio da redução do preço do diesel ser uma boa notícia, ele poderia estar custando bem menos. Apenas cerca de 25% do diesel consumido internamente é importado. O restante é produzido aqui mesmo no Brasil, a partir de um petróleo que tem um dos custos de extração mais baixos do mundo. O custo de extração no pré-sal está em pouco mais de US$ 3 por barril. Além disso, o Brasil só precisa importar diesel porque a Petrobras abandonou, em 2016, a construção do segundo trem da refinaria do Nordeste. Se esse segundo trem estivesse concluído, o Brasil seria autossuficiente no refino do diesel”, afirma Valporto.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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