Presidente da Alesp quer instalar CPI da Prevent Senior na próxima semana
Votação sobre comissão deve acontecer nesta quarta; Carlão Pignatari afirma que autonomia médica está acima de tudo, mas que é preciso defender o usuário
A CPI da Prevent Senior da Assembleia Legislativa do Estado São Paulo (Alesp) ainda não foi instaurada. Havia expectativa de que ela fosse para votação em plenário na semana passada, o que acabou ficando para depois do feriado de 12 de outubro e podendo ocorrer somente na próxima semana. Apesar da criação da comissão ser apoiada pelos parlamentares de situação, a oposição, alinhada ao Governo Federal, do presidente Jair Bolsonaro (sem partido), vem obstruindo as tentativas de avanço. O objetivo da nova comissão deverá ser investigar a atuação da operadora de saúde durante a pandemia de Covid-19. O presidente da Alesp, Carlão Pignatari (PSDB), concedeu uma entrevista na manhã desta quarta-feira, 13, ao Jornal da Manhã para falar sobre o assunto. Ele disse que pretende instalar a CPI na próxima semana e que o foco das investigações deverá ser a defesa do usuário, sem permitir que a comissão se torne política, da esquerda contra a direita ou o contrário.
“O que nós queremos é a defesa de 500 mil usuários [da operadora de saúde]. Eu acho que a autonomia médica está acima de tudo, se ele quiser dar o remédio A, B ou C, o que o médico quiser e o paciente aceitar, isso é uma coisa que tem que ser aceito por todos nós. Nós não entendemos nada. Hoje, nós temos grupo de família discutindo remédio mesmo quando não tem nenhum médico no núcleo da família. Isso é uma coisa horrível que foi instalada no Brasil depois dessa pandemia [da Covid-19]. Eu espero que a gente consiga defender os 500 mil usuários. Eu tenho familiares que usam o plano da Prevent Senior, são muito bem atendidos, antes da pandemia foram muito bem atendidos, então nós temos que tomar muito cuidado com isso. Por isso digo claramente que nós não podemos, de maneira alguma, nem a imprensa e nem nós, deixarmos que essa CPI seja um viés da esquerda contra a direita ou da direita contra a esquerda, não é isso que a Assembleia Legislativa quer. O que nós queremos é investigar os fatos, ver se alguns pacientes foram feitos de cobaia ou não, e, a partir daí, a gente poder fazer as defesas e defender sempre o paciente, o usuário do plano, que são mais de 500 mil em São Paulo, de um bom plano de saúde”, afirmou o presidente da Alesp.
Segundo Pignatari, atualmente só falta levar a criação da comissão para votação em plenário. “Eu não quero de maneira alguma que se use a CPI para fazer política. Eu acho que isso está muito claro para todos os deputados, mas há uma oposição, deputados que não querem a instalação da comissão. Hoje, na parte da tarde, quero ver se consigo pautar e votar a urgência e, semana que vem, fazer a instalação”, disse. Após instalada, o presidente da Alesp informou ainda que a CPI vai durar 120 dias, podendo ser prorrogada por mais 60 dias, e que contará com nove membros, tendo que três deles ser obrigatoriamente do PT, do PSL e do PSDB – por causa do número de parlamentares ocupando cadeiras na casa. Os outros seis membros serão decididos em negociação da casa.
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