Presidente do Sincopetro lamenta reajuste nos preços dos combustíveis: ‘Não temos como reagir’ 

Em entrevista ao programa ‘Jornal da Manhã’, do Grupo Jovem Pan, o representante dos donos de postos de gasolina afirmou que os valores são “impraticáveis” e defendeu sua categoria

  • Por Jovem Pan
  • 18/06/2022 11h55
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Reprodução/Jovem Pan Presidente da Sincopetro concedeu entrevista ao 'Jornal da Manhã', da Jovem Pan Presidente da Sincopetro concedeu entrevista ao 'Jornal da Manhã', da Jovem Pan

Presidente do Sincopetro (Sindicato do Comércio Varejista de Derivados de Petróleo do Estado de São Paulo), José Alberto Paiva Gouveia lamentou o reajuste nos preços dos combustíveis. Em entrevista ao programa “Jornal da Manhã”, do Grupo Jovem Pan, o representante dos donos de postos de gasolina afirmou que os valores são “impraticáveis” e defendeu sua categoria. “Vejo que nós, postos de gasolinas, somos a única ponta de que não tem o que fazer. Não temos como reagir. Para nós, chega já definido o valor. O pior de tudo é que o valor que chega para nós, através da imprensa, não é o que acontece em relação às nossas distribuidoras. Por exemplo, na gasolina, o aumento que seria de 14 centavos chega a 18 centavos. No óleo diesel, que deveria ser 60 centavos, está chegando com 76 centavos. Além de tudo, vamos ser o vilão da história. O dono do posto é a ponta visível ao consumidor e sofre a pressão. Esses preços estão impraticáveis, não dá para trabalhar com isso. Acabamos sendo mais vilões”, declarou.

José Alberto Paiva afirmou que os seguidos reajustes estão diminuindo a procura por combustíveis e acontece em um momento em que o setor se recuperava do caos provocado pela pandemia do novo coronavírus. “Nós estamos com uma queda. Estávamos nos recuperando desde fevereiro, logo depois da pandemia. Vínhamos em uma crescente de recuperação. Agora, com essas altas, estamos vendo uma queda de movimento muito grande. Cada vez que o produto sobe, notamos que o consumidor não tem mais condição de abastecer mais. Ele começa a deixar o carro em casa e a usar outros meios de locomoção. Nossas vendas estão caindo bastante”, revelou o presidente do sindicato.

Perguntado sobre o aumento imediato dos preços nas bombas, José Alberto Paiva se defendeu e disse que a prática é feita por todo o setor. “Quando se fala em estoque, não é o estoque do posto de gasolina. Todo setor faz a mesma política, e nós temos que acompanhar a política do nosso setor. Quando o preço do feijão aumenta, eu não vejo ninguém perguntando quanto o mercado tem de estoque do produto. Isso é mercado e se chama capital de giro! Não tem boa explicação para dar ao consumidor. Agora, é preciso ver quanto o produtor de biodiesel, a Petrobras e a refinaria têm de estoque. Porque ninguém respeita! Eles também aumentam o preço no mesmo dia, mas só quem lida com o consumidor é o posto de gasolina. Essa explicação tem que ser dada pelo mercado como um todo”, disparou.

“O mercado, de maneira geral, deveria estar conversando. Todos conversando em benefício da população. Não adianta criticar somente a Petrobras. Tem que criticar a Petrobras, mas o usineiro, quem produz o biodiesel e também o posto de gasolina. Então, neste momento de tensão, peço para esses setores serem convocados quando tiver alta ou baixa no produto, trabalhando como será repassado para o consumidor. É preciso ter mais cuidado, não da forma como está acontecendo, onde cada um resolve o seu problema e o consumidor que é o maior prejudicado. Tenho certeza que dá para baixar o preço”, acrescentou.

 

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