Pressão contra governo de Belarus cresce e líder pede ajuda para Rússia
Mais de 200 mil pessoas participaram do protesto contra Lukashenko no domingo (16)
A pressão das ruas contra o governo de Belarus está ganhando um momento sem precedentes depois da eleição presidencial da semana passada. O presidente Alexander Lukashenko até tentou demonstrar alguma força convocando sua própria mobilização de apoio em Minsk, mas o líder acusado de fraudar grosseiramente a última votação acabou reunindo apenas uma pequena fração do que seus opositores conseguiram. Também na capital, mais de 200 mil pessoas participaram do protesto contra Lukashenko no domingo — de acordo com a mídia local. Novas paralisações de trabalhadores estão previstas para esta semana numa tentativa de manter o líder de Belarus sob pressão.
A mobilização sem precedentes tem trazido algum resultado dentro e fora do país. Lukashenko está acuado e chegou a telefonar duas vezes para o Kremlin neste final de semana pedindo ajuda para o presidente Vladimir Putin e o governo russo reiterou que está disposto a ajudar Belarus, inclusive militarmente. Mas na prática poucos analistas europeus acreditam que Putin vai entrar de cabeça nesta briga — por diversos motivos. A união contra Lukashenko parece forte demais neste momento e a Rússia não teria flancos óbvios para explorar, como ocorreu na Ucrânia em 2014. No mais, o modelo de governo autocrático de Belarus, que está no poder desde 1994, parece fadado a uma conclusão.
A pressão europeia também tem crescido nos últimos dias. No domingo, o francês Emmanuel Macron declarou que a União Europeia deve “continuar a se mobilizar ao lado de centenas de milhares de bielorrussos que protestam pacificamente pelo respeito dos seus direitos, liberdade e soberania”. O governo alemão também classificou Lukashenko como um ditador ruim que perdeu totalmente a sua legitimidade. A União Europeia já concordou inclusive em preparar novas sanções contra o governo de Belarus. Por isso tudo, os próximos dias serão decisivos para a última ditadura da Europa. Mesmo que não caia agora, o futuro do atual governo não parece muito promissor.
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