Privatização dos Correios deve melhorar qualidade dos serviços, diz especialista
Com o fim do recesso parlamentar no Congresso Nacional, a privatização da estatal volta aos holofotes e será colocada em pauta; usuários esperam melhora no atendimento e nos custos
A volta do recesso parlamentar já tem um assunto que chamará os holofotes: a privatização dos Correios. O projeto de Lei que tramita no Congresso Nacional sobre o tema gera discussões. Enquanto isso, a população espera um atendimento melhor. Quem rotineiramente precisa enviar uma carta, telegrama, encomenda ou malote, sabe o quanto é essencial a agilidade. O advogado Pedro Caetano usa os serviços com frequência e vê com bons olhos a proposta. “Melhora o atendimento ao público. Já me deparei com sistemas que caem periodicamente e sinto um pouco frustrado com o atendimento dos Correios, filas gigantes. A privatização vejo com bons olhos, até para melhorias para os próprios funcionários da empresa”, pontua. Já o bancário Carlos Gomes também apoia a proposta. “Sou favorável à privatização, não só dos Correios, mas de tudo.”
O entendimento é que passar os serviços para a iniciativa privada mudará a cara do setor. O Brasil já observou melhorias com a mudança do público para o privado em diversas áreas. A percepção para muitas pessoas do ramo da infraestrutura é levar em conta as experiências anteriores e que o governo possa se preocupar apenas com questões prioritárias, como educação e saúde. O advogado especialista em Direito Empresarial e professor do Insper, Marcelo Godke aponta que a privatização trará um ganho expressivo, não só pela modernização. “Hoje, não tem motivo para manter essa atividade, por mais importante que seja, nas mãos do Estado. O governo vai acabar deixando de administrar uma coisa muito complexa. A segunda grande vantagem é que a gente não vai ter uma empresa, que vem sendo ou foi utilizada para financiar partidos políticos, então a gente acaba matando o mau pela raiz”, pontua. Algumas regras para universalização, feitas para garantir que as correspondências cheguem a todo Brasil, devem constar na lei.
O engenheiro Civil Rafael Henrique da Silva também opinou sobre as expectativas de mudanças com a possível privatização da estatal. “A evolução da qualidade do serviço, mas a gente esbarra no custo que continua sendo muito alto”, afirma. Além de garantir mais competitividade ao mercado, segundo Marcelo Godke, a empresa poderá ampliar suas funções. “Na Holanda, os Correios, depois de privatizados, criaram um banco. Isso pode acontecer no Brasil também, pode ter uma prestação paralela de serviços bancários”, ressalta, acrescentando que seria possível chegar a localidades mais longínquas que não tem acesso a rede bancária de maneira adequada.
*Com informações do repórter Daniel Lian
Comentários
Conteúdo para assinantes. Assine JP Premium.