Questões regionais motivaram divisão do PSDB para eleição no Senado, diz Izalci Lucas
Segundo o senador, incompatibilidades impediram consenso sobre o tema
Em meio às intensas divergências políticas pelas eleições no Congresso Nacional, o Partido da Social Democracia do Brasil, o PSDB, decidiu não declarar apoio a nenhum candidato na disputa pela presidência do Senado Federal, liberando, assim, os sete membros da bancada para escolhas individuais. A decisão, anunciada nesta quarta-feira, 13, acontece após os parlamentares não chegarem a um consenso sobre apoio à Simone Tebet ou Rodrigo Pacheco, candidatos ao cargo na mesa diretora. Segundo Izalci Lucas, senador tucano do Distrito Federal e líder temporário do PSDB na Casa, as divergências regionais impossibilitaram o consenso. “A gente busca, na medida do possível, caminhar juntos e fechar a questão quando você tem poucas divergências. No caso especial, a gente vinha conversando com os dois candidatos, caminhando para ter um entendimento de bancada, mas temos sérios problemas regionais de membros do PSDB, temos incompatibilidades no Alagoas, no Amazonas, no próprio DF e Maranhão. Então, tendo em vista que o Podemos também não conseguiu unanimidade, preferimos liberar a bancada. Não tem sentido uma bancada dividida tomar uma decisão mais firme, que envolvem interesses dos parlamentares”, disse em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan.
De acordo com Izalci Lucas, na prática, a legenda vê muitas semelhanças no perfil de ambos candidos, que têm “muitas condições de conduzir o processo”. Mesmo assim, as questões regionais que podem, segundo o senador, ter reflexos na disputa eleitoral de 2022, não poderiam ser sacrificadas. “Então não dava para sacrificar questões regionais para marcar posição. Estamos conversando, mas na última reunião o placar deu 4 a 3, como no Podemos foram 7 favoráveis e dois contrários. Então a gente resolveu não fechar a questão e liberar a bancada”, afirmou.
Ao ser questionado sobre possível dificuldade do PSDB de ser oposição ao presidente Jair Bolsonaro, o senador avaliou que o partido não faz “oposição por oposição” e reforçou que a prioridade da legenda são as pautas econômicas, também defendidas pelo governo federal. Izalci Lucas criticou ainda a possibilidade de um novo impeachment no país, lembrando que a medida é uma “exceção, não regra” e defendendo melhor relação entre o governo federal, estados e municípios. Não podemos acostumar com impeachment. Não vejo motivos de impeachment. O que temos de fato é termos um entendimento melhor os executivos federal, estadual e municipal. Em um momento de pandemia, deveríamos estar todos juntos no mesmo caminho e na mesma direção”, disse, reforçando a necessidade de alternativas econômicas que possam auxiliar a população mais vulnerável. “Se tivemos começado a vacina um pouco mais cedo, em dezembro, a gente ganharia um tempo. A gente não pode simplesmente a partir de hoje não ter mais [auxílio emergencial], vamos ter que encontrar uma alternativa para buscar mais alguma coisa. Temos um grande número de pessoas que vão precisar e temos que buscar alternativas para ajudar famílias que estão passando necessidades básicas.”
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