Receita Federal calcula que 66% dos MEIS não pagam imposto obrigatório

Quase 12,5 milhões de empresários registrados na categoria não recolheram o Documento de Arrecadação do Simples Nacional

  • Por Jovem Pan
  • 01/08/2021 09h42 - Atualizado em 01/08/2021 12h59
Pixabay / Creative Commons Homem escrevendo em um caderno com um notebook ao fundo Quem não paga as contribuições em dia pode perder os benefícios da Previdência Social

Os Microempreendedores Individuais (MEIs) registraram a maior taxa de calotes nos pagamentos de impostos ao governo federal em maio de 2021 . Quase 12,5 milhões de empresários registrados na categoria não recolheram o DAS (Documento de Arrecadação do Simples Nacional), que é obrigatório a cada mês. Os dados preocupantes são da Receita Federal. Segundo a advogada em direito do consumidor, Maria Inês Dolci, o microempreendedor precisa saber que tem custos mensais quando se abre uma empresa de pequeno porte. “O MEI é um estímulo aos empreendedores. Eles têm vários direitos, mas tem os deveres, dentre eles, pagar. O fato de você ser um microempreendedor e dar um calote, causa uma penalização. Essa penalização é uma multa, logicamente, de 0,33% ao dia, do valor do recolhimento, até o limite de 20%”, explica Maria Inês.

Quem não paga as contribuições em dia pode perder os benefícios da Previdência Social e ainda ser inscrito na dívida ativa da União. Com a restrição, o CNPJ da empresa fica negativado. E o microempreendedor não consegue nem mesmo uma linha  de crédito no mercado financeiro. A taxa de calotes, segundo a Receita Federal, registrou uma alta de 6,97 pontos percentuais no mês de abril. É a maior desde o início da série histórica, que começou em janeiro de 2018. O pior resultado foi em abril de 2020, quando 63,95% dos microempreendedores não pagaram os impostos devidos. A inadimplência em maio do ano passado chegou a 58,4%.

Maria Inês Dulci lembra que a crise sanitária pode ter impactado diretamente os microempreendedores. Mas tem como regularizar a empresa para não acumular dívidas. “Mas não há justificativa para você ficar devendo, mesmo com a pandemia. Se você não consegue pagar, você pode encerrar as suas atividades ou pode, tendo em vista que não consegue pagar durante um ou dois meses, fazer um parcelamento. E também a necessidade até de você saber se vai poder continuar ou não com essa MEI. Se não puder continuar pagar, se não puder manter a empresa, fecha”, recomenda. Hoje, o microempreendedor individual fatura anualmente até R$ 81 mil por ano. Os tributos mensais ao governo variam de R$ 56 a R$ 61, de acordo com o setor de atividade. O governo recomenda que o microempreendedor que não estiver trabalhando pode dar baixa na inscrição para não gerar novas dívidas.

*Com informações do repórter Maicon Mendes

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