Represa de Jurumirim, no interior de SP, chega a 14% da capacidade

Moradores e comerciantes da região culpam a CTG Brasil, subsidiária da China Tree Gorges e responsável pela administração, por mudanças após a concessão

  • Por Jovem Pan
  • 07/12/2020 10h35 - Atualizado em 07/12/2020 10h36
Cláudio Nascimento/ TV TEM Represa de Jurumirim O baixo nível do reservatório dificulta a retomada turística e econômica na região

A represa de Jurumirim, na região de Avaré, interior de São Paulo, chega a 14% da sua capacidade, após atingir 20% na última semana, e eleva o alerta dos dez municípios banhados por suas águas. A estiagem não seria o único fator para a perda de água, os moradores e comerciantes culpam a CTG Brasil, subsidiária da China Tree Gorges, responsável pela administração, por mudanças na vazão e cursos de água, que após a concessão, o nível da represa baixa ano após ano. A vereadora de Avaré, Adalgisa Ward, levou mais uma vez o tema à Câmara Municipal de Avaré. “Nós temos aí a represa, que para o nosso turismo tem que uma grande importância no aspecto econômico também. Peço ao secretário do Turismo, que agora mudando o ano para 2021, estude meios de realmente fazer meios nessa represa. Quanta coisa boa pode ser feita, a gente anda pela represa e a gente vê pessoas de todas as cidades, pessoas querendo comprar casas na represa. Muita gente vindo das cidades grande para cá, a gente pode fazer pela nossa represa e por esse grande patrimônio que temos que é a represa Jurumirim.”

Diante da pandemia da Covid-19, o potencial turístico ficou em segundo plano, mas a sequência de quedas no nível da represa Jurumirim impossibilita qualquer expectativa de retomada econômica, ressalta José Carlos Camargo, que tenta sobreviver com hotelaria em Avaré. “A região se depara com o impacto causado pela represa que está sendo desbocada dia a dia. Então é uma situação complicada, a hotelaria, que é o coração do turismo, é a mais afetada”, afirma. Com 14,8% da capacidade não é possível a navegação com segurança, sendo que o nível mínimo precisaria estar em 40 %. Em nota, a Agência Nacional de Águas destaca que a bacia do Paranapanema passa por um período de chuvas e vazões significativamente inferiores às médias esperadas. Já o Ministério Público de São Paulo, através da Promotoria de Justiça de Itaí, instaurou procedimento para investigar as causas dos baixos níveis de abastecimento e seus reflexos drásticos ao meio ambiente, abastecimento da população e turismo das cidades do Oeste Paulista, que dependem da represa de Jurumirim.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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