Congresso aprova requerimento para ouvir Anvisa e Instituto Butantan sobre CoronaVac

Comissão se reunirá nesta sexta-feira, 13; diretor-geral da Aneel, André Pepitone, também foi convidado a prestar esclarecimentos sobre apagão no Estado do Amapá

  • Por Jovem Pan
  • 11/11/2020 17h07 - Atualizado em 11/11/2020 17h31
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Depositphotos vacina-sinovac Anvisa autorizou nesta quarta retomada dos estudos com a CoronaVac

A comissão mista do Congresso que acompanha a situação fiscal e a execução orçamentária e financeira das medidas relacionadas ao combate da Covid-19 deverá ouvir o diretor-presidente da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), Antonio Barra Torres; o diretor do Instituto Butantan, Dimas Covas, sobre a interrupção dos estudos clínicos da vacina CoronaVac, conduzidos pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac Biotech. O diretor-geral da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), André Pepitone, também foi convidado pela comissão para prestar informações sobre o apagão no Amapá. Quatro requerimentos de convite foram aprovados pelos integrantes da comissão nesta quarta-feira, 11.

A intenção do presidente do colegiado, senador Confúcio Moura (MDB-RO), é discutir os dois assuntos, um em seguida do outro. “Não dá para deixar para a semana que vem”, afirmou. “No primeiro tempo, a das vacinas. E logo a seguir a outra. Aí matamos, em uma só pancada, os dois temas urgentes que afligem indiferentemente a todos nós”, completou. O pedido para ouvir o diretor da Aneel veio do senador Randolfe Rodrigues (Rede-AP). Na reunião desta quarta, ele relatou o sofrimento pelo qual passa a população do Amapá após um apagão ocorrido no último dia 3. “Imagine alguém ficar quatro dias sem energia, quatro dias sem água e começar a ter fila para tudo. Fila para abastecer o carro, para tirar dinheiro nos caixas eletrônicos. Ausência de bens de primeira necessidade nas prateleiras dos supermercados, reajustes indiscriminados de preços. Muito se falou no caos na Venezuela; mas, se existe um caos, é o que vive o Amapá neste momento”, lamentou Randolfe.

Segundo o senador, as famílias pobres perderam geladeira e outros eletrodomésticos e agora não têm sequer dinheiro para comprar outros utensílios e nem mesmo comida. Ele reclamou ainda do presidente Jair Bolsonaro não ter ido ao estado. “O que aconteceu aqui não foi culposo, foi doloso. Não é somente ter deixado uma empresa privada [Isolux] sucateada, já falida, cuidando da energia de 800 mil pessoas. É mais grave que isso. É não ter fiscalizado. O presidente da Aneel não pode falar como se nada tivesse a ver com isso”, disse. Uma unidade geradora na Usina Hidrelétrica de Coaracy Nunes entrou em operação na manhã de hoje no Amapá. Com isso, o fornecimento de energia aumentou em 10%, chegando a 80% do total, de acordo com o Ministério de Minas e Energia. A Aneel já iniciou os procedimentos administrativos para apurar as responsabilidades da Linhas de Macapá Transmissora de Energia (LMTE) pelo apagão, e a concessão da empresa responsável, a espanhola Isolux, pode ser cassada.

Vacina

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) autorizou, nesta quarta-feira, 11, a retomada dos estudos com a CoronaVac. A decisão ocorre dois dias após o órgão ter anunciado a suspensão dos testes em virtude da ocorrência de um “evento adverso grave”, que foi a morte de um voluntário de 32 anos por suicídio. Segundo a agência, a decisão de interromper os testes foi técnica, sem qualquer viés político. No entanto, a CoronaVac é alvo de divergências entre o presidente Jair Bolsonaro e o governador de São Paulo, João Doria. O que os parlamentares esperam é que, até sexta, os testes tenham sido retomados. O pedido é para que se evite a politização do tema. “Estão brincando com a saúde e com a cabeça das pessoas. Tem um monte de gente apavorada, dizendo que não vai tomar vacina. A gente precisa chamar a todos, debater isso e tentar transmitir isso para a população, fazer que toda a mídia replique isso de forma clara e cristalina”, defendeu o deputado Felício Laterça (PSL-RJ).

“O que nós queremos é vacina, a vacina boa, a vacina barata, a vacina que saia rápido, que imunize as pessoas, que tire o povo da agonia dessa doença sem fim. Então não podemos politizar a vacina”, disse o presidente do colegiado, senador Confúcio Moura. Já o deputado Coronel Tadeu (PSL) defendeu a postura do presidente Jair Bolsonaro no caso. Para o parlamentar, ele está certo em comemorar e classificou a disputa como uma “novela de marketing” por parte de João Doria. “O governador quer tratar os paulistas e os brasileiros como gado, o presidente não. Trata com responsabilidade e quer cuidar da saúde de todos os brasileiros. A vacina virá com toda certeza em algum momento, mas no momento certo com uma vacina absolutamente aprovada pelo órgão oficial de saúde do nosso país.”

* Com informações da Agência Câmara

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