Riscos de problemas no Enem são ‘mínimos’, diz presidente de Comissão de Educação no Senado

Senador Marcelo Castro falou sobre o pedido de exoneração de 37 servidores do Inep e afirmou que é preciso ‘proteger’ o instituto de interferências de ‘forças exteriores’

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2021 08h23 - Atualizado em 19/11/2021 09h50
Pedro França/Agência Senado Senador Marcelo Castro Marcelo Castro defende que seja feita uma investigação sobre os pedidos de exoneração em massa por parte de servidores da entidade

O Senado Federal aprovou nesta quinta-feira, 18, a criação de um grupo de trabalho para monitorar a crise no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), marcada por denúncias de tentativas de interferências externas na prova do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem), que acontece no próximo domingo, 21. A avaliação é que o pedido de exoneração de 37 funcionários da entidade ‘não é normal’ e acende um alerta. “Normalmente, o servidor público quer exercer uma função comissionada. Agora, 37 [servidores] de uma vez só pediram exoneração da sua função gratificada, então deve ser algo muito extraordinário o que está acontecendo. Estamos tomando as providências, formamos um grupo no Senado, a Câmara formou outro. A senadora Leila Barros apresentou requerimento para que o Tribunal de Contas da União (TCU) faça uma auditoria no Inep. Então estamos cercando por todos os lados para entender o que verdadeiramente está acontecendo para, de posse das informações, tomar as medidas que sejam cabíveis e necessárias”, disse o senador Marcelo Castro (MDB), presidente da Comissão de Educação.

Embora minimize as chances de problemas com a prova do vestibular, o parlamentar defende que seja feita uma investigação. “Algum risco, se tratando de atos humanos, sempre haverá. Mas acho que são mínimos, o foco não está nessa questão do risco que possa haver, acredito que as coisas transcorrerão normalmente. Mas precisamos de uma explicação, uma justificativa para que isso tenha acontecido. E proteger o Inep significa impedir que qualquer força exterior possa interferir no trabalho do Inep, que precisa ter toda autonomia para fazer o que sempre fez, os seus conteúdos sem interferência”, completou, destacando que a instituição é uma das “mais tradicionais, respeitadas e administradas no Brasil”. 

“Nas mãos do Inep está a avaliação da nossa educação, que é o bem maior que uma nação pode ter, seu patrimônio. Estamos preocupados e estamos agindo. A sociedade está vendo que o Congresso não ficou inerte. Mudar a direção é próprio da gestão, o que é inusitado, o que traz insegurança, traz instabilidade são 37 [pedidos de exoneração]. Não é qualidade da mudança, é a quantidade”, reforçou. Marcelo Castro defendeu, no entanto, a posição do juiz Marcelo Rebello Pinheiro, da 16ª Vara Federal de Brasília, que negou o afastamento de Danilo Dupas, presidente da instituição. “No final de trabalho desse grupo constituído por senadores e deputados, sem dúvida, poderemos dizer se o presidente perdeu as condições de conduzir um órgão tão importante como o Inep ou não. Não podemos precipitar, o que precisamos é averiguar, sabendo que estamos tratando do bem maior da nação, que é o bem dos seus filhos”, concluiu.

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