Justiça Federal nega liminar para afastar presidente do Inep

Danilo Dupas foi acusado de assédio moral por servidores do órgão, principal responsável pelo Enem

  • Por Jovem Pan
  • 19/11/2021 02h08 - Atualizado em 19/11/2021 02h09
Reprodução / TV Câmara Danilo Dupas, presidente do Inep, durante audiência na Câmara dos Deputados Danilo Dupas garantiu que Enem poderá ser realizado sem problemas, apesar de pedidos de demissão de servidores do Inep

A Justiça Federal no Distrito Federal negou a concessão de uma liminar para afastar Danilo Dupas, o presidente do Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep), órgão responsável pela elaboração e aplicação do Exame Nacional do Ensino Médio (Enem). Dupas é acusado ter ajudado o governo a interferir na elaboração do Enem e de cometer assédio moral contra seus subordinados. O Inep viveu uma debandada de servidores na última semana, quando 37 funcionários de carreira pediram demissão às vésperas da aplicação da prova, marcada para os dias 21 e 28 de novembro.

O juiz Marcelo Rebello Pinheiro, da 16ª Vara Federal de Brasília, considerou que o afastamento do presidente do Inep é medida ‘excessivamente gravosa’ e que não viu provas suficientes para determinar a ordem. “Vale dizer, a matéria em análise demanda maior aprofundamento, com a realização de amplo contraditório”, afirmou Rebello Pinheiro na decisão, que ainda não é definitiva e terá o mérito analisado. Segundo ele, o afastamento poderia prejudicar a aplicação do Enem. O pedido de afastamento foi assinado pela Educação e Cidadania de Afrodescendentes e Carentes (Educafro), União Brasileira dos Estudantes Secundaristas (Ubes) e pelo Instituto Campanha Nacional Pelo Direito à Educação por conta das denúncias de funcionários que teriam sofrido pressão psicológica e vigilância velada na formulação do exame. De acordo com a denúncia, eles eram orientados a evitar escolher questões polêmicas que eventualmente incomodariam o governo Bolsonaro. Dupas, o ministro da Educação, Milton Ribeiro, e o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) disseram não ter tido acesso às questões e negaram ter aplicado um tratamento ideológico ao Enem.

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