Rio de Janeiro: Crivella tenta barrar investigações na Câmara

Nesta terça-feira, 15, o PSOL entrou com um novo pedido de impeachment contra o prefeito, investigado por eventual participação em esquema de propina

  • Por Jovem Pan
  • 16/09/2020 08h25 - Atualizado em 16/09/2020 08h38
SAULO ANGELO/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO crivella-coronavirus Ainda nesta terça-feira, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) entrou com um novo pedido de impeachment contra Marcelo Crivella

O prefeito do Rio de Janeiro, Marcelo Crivella, está usando a sua força e base na Câmara Municipal, segundo fontes da Jovem Pan, para articular movimentos e manobras políticas visando atrapalhar, e até mesmo inviabilizar, investigações contra ele. Na madrugada da terça-feira, 15, um dos representantes da tropa de apoio do governo começou a contactar outros vereadores via whatsapp. O objetivo é conseguir assinaturas necessárias para abertura de uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar suspeitas de propina na administração municipal. Com a manobra, Crivella quer garantir, caso da CPI da propina seja aberta, que a situação tenha maioria na comissão. Ou seja, três dos cinco assentos na CPI sejam destinados a vereadores que apoiam o prefeito, o que seria garantir que a investigação terminaria em “pizza” após os 120 dias de trabalho.

No início do mês, em votação apertada, os vereadores da Câmara Municipal vetaram a abertura de um outro processo de impeachment pelo caso conhecido como “Guardiões do Crivella“. No entanto, os oposicionistas conseguiram garantir a abertura de uma CPI para apurar a denúncia. Horas depois, a tropa de apoio do prefeito entrou em ação mais uma vez com o partido Solidariedade, que não integrava a base de Crivella, decidindo se aliar ao governo. O vereador Átila Nunes disse à Jovem Pan que está recorrendo desta manobra da base governistas. “Faltando minutos para a 17ª assinatura, ele faz uma manobra e, com isso, ele faz com que um bloco governista indique esses três vereadores dos cinco [da CPI que apura a denúncia]. Por isso, entrei com o recuso para que seja considerado o início e, com isso, a gente possa fazer uma investigação que já profundamente neste caso”, afirmou. Ainda nesta terça-feira, o Partido Socialismo e Liberdade (PSOL) entrou com um novo pedido de impeachment contra Marcelo Crivella. Na semana passada, um mandado de busca e apreensão foi cumprido na residência do prefeito na Barra da Tijuca. Na ocasião, a desembargadora que autorizou a ação chegou a dizer na sentença que o prefeito teria, até mesmo, eventual participação no esquema de propina e corrupção na administração municipal.

*Com informações do repórter Rodrigo Viga

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