Rotatividade alta indica recuperação do mercado, mas preocupa empresas
Estudo aponta que 71% dos trabalhadores pediram demissão em busca de um novo rumo na carreira
O designer Felipe Coreia ficou desempregado no começo do ano passado e conseguiu uma recolocação em outra empresa poucos meses depois. Ele ficou um ano novo trabalho, mas como estava sem perspectiva e recebeu uma oferta melhor, acabou pedindo demissão. Felipe conta que deu um novo rumo na carreira e ainda acabou ganhando mais. “Estava procurando outro emprego e a empresa que estou agora encontrou em contato comigo pelo LinkedIn. Não sabia da vaga, mas entraram em contato comigo falando que tinham, vaga e se estava interessado. Participei do processo e acabei conseguindo a vaga”, relata. No geral, esse entra e sai de funcionários acaba trazendo problemas para as empresas, que investem tempo e dinheiro com seleção, treinamento e burocracia toda vez que fazem contratações. Quando o trabalhador passa por todas as fases e deixa o emprego, o ciclo começa de novo, o chamado “turnover”, a rotatividade dos funcionários.
Esse problema que já atingia as empresas ficou pior nos últimos 18 meses. Com a pandemia, muita gente que estava trabalhando em casa acabou se desligando da empresa mais rapidamente. Em 2020, a startup Feedz desenvolveu uma plataforma para engajamento e desempenho de colaboradores e analisou cerca de 10 mil desligamentos. Ao todo, 71% das pessoas que pediram demissão não tiveram problema envolvendo a chefia, eles querem buscar um novo rumo na carreira, como explica o CEO da Feedz, Bruno Soares. “A maioria dos colaboradores tem saída por uma nova oportunidade dentro do mercado de trabalho que está bem aquecido, principalmente com uma mão de obra mais qualificada e por causa do aumento salarial também”, explica. O Brasil 309 mil postos de trabalho em junho deste ano. No acumulado do ano, o saldo é de mais de 1,5 milhão de vagas no mercado formal, segundo dados do Ministério da Economia.
*Com informações do repórter Victor Moraes
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