Salles defende frase sobre ‘boiada’ em reunião: ‘Não falei em afrouxamento’
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, disse neste sábado (23) ao Jornal da Manhã que ao defender “passar a boiada” em discurso na reunião ministerial do dia 22 de abril não estava falando sobre “afrouxamento” da legislação ambiental, mas em “simplificação”.
Na gravação divulgada nesta sexta-feira (22) após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Celso de Mello, Salles aparece dizendo que o governo deveria aproveitar o “momento de tranquilidade” da cobertura da imprensa, que está focada na pandemia da Covid-19, para “ir passando a boiada, mudando todo o regramento e simplificando normas”.
“A oportunidade que nós temos, que a imprensa está nos dando um pouco de alívio nos outros temas, é passar as reformas infralegais de desregulamentação, simplificação (…), ir passando a boiada, mudando todo o regramento e simplificando normas”, diz, no material.
“O problema que enfrentamos da Covid-19 é muito grave e sério. É natural que a imprensa tenha esse foco. Fiz uma constatação. Por outro lado, ao ter esse foco, sem questões que outrora eram polemizadas, superdimensionadas e politizadas, ela nos permite ter uma atitude mais racional. Então sugeri que verificássemos as regras infralegais, que existem em todos os ministérios, por termos uma necessidade de modernização do arcabouço regulatório”, disse o ministro à Jovem Pan.
“Essas coisas ficaram paradas muito tempo e atrapalham investimentos no Brasil. Em todos os setores da economia. Temos burocracias, regras editadas pela esquerda nos últimos 30 anos que estavam despreocupadas com o desenvolvimento econômico sustentável. Minha sugestão foi que aproveitemos o momento para avançar nessa simplificação. Não significa afrouxamento. É simplificação, objetividade. Só assim faremos o País avançar. Se não tivermos um sistema de regramento racional que respeite o empreendedorismo e a livre iniciativa, o País vai ter dificuldade de retomar economia depois da crise”, completou.
Embora critique a decisão que determinou a divulgação da gravação da reunião, Salles acredita que o vídeo “comprova” que não houve nenhuma tentativa de interferência do presidente Jair Bolsonaro no comando da Polícia Federal.
“Ali discutimos uma série de questões, é natural que seja assim. É preciso que os ministros tenham liberdade de conversar de maneira aberta. Mas não estamos preocupados. Foi uma reunião de gente honesta. Pode se discutir a forma, as palavras. Mas é um governo de gente honesta que trabalha pelo Brasil sem nenhum escândalo de corrupção, que faz o que prometeu na campanha. É melhor uma reunião em que se fala tudo do que uma reunião de ‘almofadinhas’ em que todo mundo dissimula falas, posições e interesses ficam escondidos em palavras bonitinhas”, afirmou.
“Não ajuda para a estabilidade do País esse Fla-Flu. Ficou claro que, ao contrário do que se dizia, a reunião não provou nada. Pelo contrário. Comprovou que não houve interferência nenhuma. O presidente ali só fez um desabafo”, concluiu.
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