Salles legitimou ‘ação dos criminosos’ no Amazonas, diz delegado da Polícia Federal

Em comissão da Câmara dos Deputados, Alexandre Saraiva afirmou que o ministro recebeu todos os laudos periciais que apontavam ilegalidades na região

  • Por Jovem Pan
  • 27/04/2021 07h32 - Atualizado em 27/04/2021 09h13
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Fátima Meira/Estadão Conteúdo Ministro discursa em evento Alexandre Saraiva foi demitido da PF um dia após apresentar uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Ricardo Salles

O delegado Alexandre Saraiva reiterou as críticas ao ministro do meio ambiente, Ricardo Salles. O ex-superintendente da Polícia Federal no Amazonas disse que o chefe da pasta ‘tornou legítima a ação dos criminosos e não a do agente público’. As declarações foram feitas nesta segunda-feira, 26, em comissão da Câmara dos Deputados. Alexandre Saraiva afirmou ainda que Salles recebeu todos os laudos periciais que apontavam ilegalidades na região. “Senhor ministro recebeu da divisão de meio ambiente da Polícia Federal todos os laudos periciais que foram feitos, ele tinha todas as informações necessárias para fazer juízo de valor. Essa empresa, a principal empresa que atua na região já recebeu mais de 20 multas Ibama. Senhor ministro fez uma inversão, tornou legítima a ação dos criminosos, não do agente público.”

Na ocasião em que a Polícia Federal realizou a maior apreensão de madeira ilegal do Brasil, Saraiva disse que Salles conferiu apenas duas das 40 mil toras apreendidas. “Ele foi até a área, fez uma pseudo-perícia, de 40 mil toras olhou duas e disse que conferiu, que a princípio estava tudo certinho, que as pessoas apresentaram escrituras”, disse. Alexandre Saraiva foi demitido da PF um dia após apresentar uma notícia-crime ao Supremo Tribunal Federal (STF) contra Ricardo Salles. Na denúncia, além do ministro, o senador Telmário Mota e o presidente do Ibama, Eduardo Bim, são acusados de agir para dificultar a fiscalização do poder público em questões ambientais. De acordo com o documento do delegado, o grupo ainda teria praticado crime de advocacia administrativa. Sobre as declarações, o ministério do meio ambiente disse que Alexandre Saraiva “busca holofotes”.

*Com informações da repórter Camila Yunes

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