Secretário de Educação de SP esclarece caso de falta de feijão na merenda escolar: ‘Politizaram o assunto’

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, Fernando Padula, detalhou as medidas tomadas pela Prefeitura para restabelecer o fornecimento do alimento e punir a empresa responsável pela distribuição

  • Por Jovem Pan
  • 30/05/2023 09h51
Reprodução/ Jovem Pan News secretario-de-educacao-sao-paulo-fernando-padula-feijao-merenda-entrevista-jornal-da-manha-reproducao-jovem-pan-news Secretário municipal de Educação de São Paulo esclareceu a falta de feijão na merenda escolar em entrevista ao Jornal da Manhã

Os alunos da rede municipal de São Paulo estão há 2 meses sem feijão na merenda. O problema ocorreu por uma falha da fornecedora na entrega do produto. Para sanar o problema, a gestão do prefeito Ricardo Nunes (MDB) tem enviado às unidades escolares substitutos do ingrediente, contudo familiares relatam que as crianças não têm se adaptado à mudança. Para detalhar as medidas da Prefeitura da capital paulista no caso, o Jornal da Manhã, da Jovem Pan News, entrevistou o secretário municipal de Educação, Fernando Padula, que criticou a reação de membros da oposição a Nunes neste episódio: “Considero que, no caso pontualmente do feijão, a Prefeitura adotou as medidas necessárias, quer seja para garantir o valor nutricional, quer seja para punir a empresa. Eu vi que recententemente politizaram o assunto. Um declarado candidato à Prefeitura quer politizar um assunto que não pode ser politizado, que é a educação e alimentação das crianças”. Na semana passada, o deputado federal Guilherme Boulos (PSOL), que pretende concorrer às eleições municipais do ano que vem, definiu como “gravíssimo” o caso e criticou a gestão municipal em seu Twitter.

Questionado, o secretário detalhou as medidas que foram tomadas pela Prefeitura para mitigar o problema nas escolas e explicou o imbróglio com a empresa responsável por distribuir o alimento nas unidades educacionais: “Nós tínhamos uma fornecedora de feijão e nós tivemos dois problemas. O primeiro problema é que foi encontrado carunchos no feijão que essa empresa entregou. Imediatamente foi pedido para recolher o feijão e entregar um novo feijão. A empresa, dentro de um prazo, estamos falando de milhares de escolas na cidade, não entregou esse feijão. Portanto, ela está sendo multada, apenada e tem prazos para se defender, apresentar o contraditório, legítima defesa, pela legislação e nós vamos rescindir o contrato, aplicar multa e impedir de contratar com a administração pública. Diante disso, nós tomamos duas medidas. A primeira medida foi, baseado no que já existe no cardápio e garantindo o valor nutricional recomendado pelas nossas nutricionistas para as crianças, bebês e jovens da nossa rede, substituir por lentilha, grão de bico e ervilha, para com isso garantir a nutrição dos nossos estudantes”.

“Além disso, autorizamos pelo Programa de Transferência de Recursos Financeiros (PTRF), que com aquele dinheiro que vai direto para a escola, em média cada escola tem hoje de R$ 70 mil a R$ 300 mil reais na sua conta, que ela mesmo pudesse fazer a compra do feijão, para que nós possamos fazer uma nova aquisição. Além disso, nós estamos aderindo a uma ata de registro de preços do Exército Brasileiro para a aquisição de feijão preto e fazendo uma nova licitação”, detalhou. O secretário explicou de que forma as escolas estão fazendo a aquisição deste produto antes de uma nova licitação da Prefeitura: “Quando tem um problema, você autoriza a escola para que ela possa fazer essa aquisição. Aí ela faz uma pesquisa nos supermercados e em sites de três orçamentos e compra o produto que for mais barato, autonomamente, em cada unidade escolar. Em paralelo, a secretaria adota medidas para punir a empresa que não cumpriu com o contrato e procura novos fornecedores mediante licitação e adesão à ata do Exército, como estamos fazendo”.

Fernando Padula destacou que geralmente estes recursos das escolas são destinados à manutenção, compra de materiais e demais apoios pedagógicos. A respeito dos feijões estragados, o secretário afirmou que todo o produto foi recolhido e destinado para três Diretorias Regionais de Educação. O chefe da Secretaria Municipal de Educação também elencou os principais itens do cardápio e o volume de refeições distribuídas nas escolas: “Temos todos os tipos de frutas, verduras, legumes e ovos. Isso em maior quantidade. Além disso, carne de vaca, carne de frango e peixe. Também os grãos, arroz, feijão, lentilha e grão de bico. Todo o cardápio é produzido pelas nossas nutricionistas, é balanceado. No caso de crianças de 0 a 3 anos e 11 meses, são cinco refeições diárias, no caso de turno parcial são duas refeições diárias e no turno integral são três refeições. São mais de 2 milhões de refeições diariamente na cidade de São Paulo”. Confira a entrevista completa no vídeo abaixo.

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