Sem ‘Brexit a qualquer custo’, Johnson corre risco de perder o cargo

  • Por Jovem Pan
  • 05/09/2019 09h02 - Atualizado em 05/09/2019 09h39
EFE Parlamento do Reino Unido barrou "Brexit sem acordo" de Johnson

É fato que o primeiro-ministro do Reino Unido, Boris Johnson, foi bastante encurralado pelo parlamento. Ele corre sério risco de entrar para a história, mas como um dos ministros que ficaram menos tempo no cargo.

Ele está sofrendo derrota atrás de derrota na Câmara dos Comuns: tentou dar um “golpe de mestre” anunciando a suspensão do parlamento na semana que vem, mas a articulação, não só da oposição ou dos liberais democratas, mas mesmo de integrantes do partido conversador, funcionou e fez com que a proposta de barrar o Brexit sem acordo fosse aprovada.

Em algumas horas, ficou proibido, em todos os trâmites necessários, o “Brexit a qualquer custo”, como prometido pelo primeiro-ministro desde que assumiu o cargo. Agora, o projeto vai para a Câmara dos Lordes, onde, é bom lembrar, ninguém foi eleito pelo voto – a maioria foi escolhido pela rainha Elizabeth II ou por articulações políticas ou financeiras dos primeiros-ministros -, e ela pode ou não mexer no projeto.

A expectativa, no entanto, é que texto esteja finalizado até semana que vem e Johnson não consiga entregar o Brexit sem acordo.

Mas o interessante é que fica cada vez mais claro que o Reino Unido não ganhou absolutamente nada com a decisão de deixar a União Europeia (UE) até agora. Muito pelo contrário: o país entrou em uma grande incerteza e, a cada vez que a data de desfiliação se aproxima, a incerteza se amplia ainda mais.

Além disso, Johnson queria convocar novas eleições para dia 15 de outubro, e perdeu, mais uma vez, no parlamento. A oposição até diz que quer, sim, uma eleição, mas só depois que o projeto de barrar o Brexit esteja sancionado.

A pergunta que fica é: Johnson terá chances, em uma nova eleição, como líder do partido conservador? Por outro lado, o partido trabalhista também é liderado por uma figura muito controversa, Jeremy Corbyn, que nunca foi muito chegado à UE.

*Com informações do repórter Ulisses Neto

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