Sem intermediação de bancos, empréstimo entre pessoas físicas cresce 238% em 2021

a pesquisa divulgada pela Serasa aponta que quase 80% das pessoas usaram algum tipo de crédito durante a pandemia

  • Por Jovem Pan
  • 29/07/2021 07h41 - Atualizado em 29/07/2021 10h20
Pixabay/Creative Commons Cédulas de real dispostas sobre superfície branca Taxa média de juros da fintech Bulla é de 3,6% ao ano, enquanto a Selic está em 4,25%; baixa inadimplência é um atrativo deste negócio

Em tempos de crise econômica, recorrer a empréstimos é a solução para muitas famílias. Uma pesquisa divulgada pela Serasa aponta que quase 80% das pessoas usaram algum tipo de crédito durante a pandemia. O empresário João Morais relata que procurou o banco quando a coisa apertou. No entanto, burocracia e os juros altos o fizeram desistir. Em busca de alternativas, ele pegou dinheiro emprestado com outra pessoa, por meio de uma plataforma digital. “A taxa deles era melhor que dos outros bancos e ficou muito mais fácil de negociar, dia de pagamento, não tinha que conversar com ninguém, tudo pelo aplicativo. É tudo mais rápido e mais ágil”, relata. O site que o João usou opera com aprovação do Banco Central desde 2020, sendo a primeira empresa online a funcionar no formato sociedade de empréstimos entre pessoas físicas.

A plataforma coloca em contato quem precisa de quem tem para emprestar. Marcelo Villela, um dos fundadores do negócio, diz que a ideia é a formação de uma comunidade onde os usuários se ajudam. Há benefícios para os dois: o investidor e quem toma empréstimo. “Como existe uma grande diferença entre aquilo que o investidor ganha nas instituições financeiras e o que o tomador de crédito paga para as instituições financeiras, pensamos ‘por que essa pessoa que está recebendo pouco retorno no seu capital não empresta diretamente para essa pessoa que está pagando juros extorsivos?’ Com isso, esse cara ganha um pouco mais e o outro paga muito a menos.”

Segundo Marcelo, quem empresta dinheiro são investidores de perfil mais conservador, avesso a riscos, mas que busca mais rentabilidade. A baixa inadimplência é um atrativo deste negócio. “Esse perfil de cliente ele tem tido uma inadimplência acima de 20% no mercado. No Bulla, a inadimplência está na ordem de 8%. Quando falo de 20% de retorno já é liquido de inadimplência”, pontua. Segundo pesquisa da fintech Bullla, as solicitações de empréstimo entre pessoas físicas sem intermediação bancária cresceram 238% em 2021. A taxa média de juros do site é de 3,6% ao ano, sendo menor do que a taxa oficial, a Selic,  que está em 4,25%. 

*Com informações da repórter Carolina Abelin

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