Sem testes e baixo isolamento, Brasil vive início da 2ª onda da Covid-19

O parecer técnico, assinado por pesquisadores brasileiros de seis universidades públicas, traz recomendações aos gestores públicos para o enfrentamento da pandemia

  • Por Jovem Pan
  • 24/11/2020 05h26 - Atualizado em 24/11/2020 09h42
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EFE/EPA/WILL OLIVER

Uma nota técnica assinada por pesquisadores brasileiros de seis universidades públicas e divulgada nesta segunda-feira, aponta que o Brasil está vivendo o início de uma segunda onda da Covid-19. O grupo também elencou recomendações para diminuir o impacto do crescimento dos casos e mortes pela doença no país. Os pesquisadores apontam pelo menos três pontos importantes para o crescimento dos casos de coronavírus, sendo o primeiro a falta de “testagem sistemática com rastreamento de casos”; o segundo a falta de uma “política centralizadas e coordenadas” e o terceiro, o afrouxamento do isolamento social. Para os cientistas, também há “ausência de campanhas de esclarecimento e uma  falsa sensação de segurança disseminada na população”.

Para a nota técnica foram analisados diversos dados, como número de casos e óbitos por estado, as medidas de circulação do vírus, as taxas de isolamento ao longo da pandemia, e a estimativa de percentual da população infectada. Com base matemática, os pesquisadores dizem que estados brasileiros variam entre 9% e 28% das pessoas infectadas. Assim, atestam que todos os estados estão muito longe de atingir uma possível imunidade de rebanho. E permitir que a pandemia se alastre até atingir isso, implicaria em um número de mortes três a quatro vezes maior que o atual.

Os cientistas também sugerem medidas urgentes para serem feitas nesse momento de início de retomada da alta de casos. A nota técnica diz que os gestores públicos devem seguir usando as melhores evidências científicas; pedem que haja uma coordenação central no governo federal, bem como a intensificação das políticas de distanciamento social com campanhas de informação, implantar uma extensa política de testagem de infecção, além de garantir real e efetivo apoio financeiro aos cidadãos menos favorecidos.

*Com informações do repórter Fernando Martins

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