Sem vacina, universidades públicas e privadas mantêm ensino remoto

Com avanço da pandemia, instituições de ensino de todo o país retomam atividades remotas e avaliam adoção do sistema híbrido de ensino

  • Por Jovem Pan
  • 15/02/2021 06h04 - Atualizado em 15/02/2021 10h27
Thomaz Marostegan/Unicamp Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), grande parte das aulas sera à distância por causa do aumento do número de casos da Covid-19

As aulas na faculdade da Bianca de Oliveira voltaram neste mês, mas ainda à distância. Aluna do curso de ciência e tecnologia da Universidade Federal do ABC, ela acredita no retorno presencial somente após a vacinação. “Acredito que o mais seguro e sensato é esperar estar todo mundo vacinado para que a gente possa voltar com o ensino presencial ou pelo menos com o ensino híbrido”, avalia. Com exceção dos cursos que exigem aulas práticas ou estágio, como os da área de saúde, por exemplo, muitas instituições de ensino superior planejam manter o ensino remoto ainda por um bom tempo.

Um portaria do Mistério da Educação, publicada em dezembro, estipula o retorno das aulas das universidades públicas e privadas para o dia primeiro de março. Entretanto, a definição sobre o método de ensino, se será remoto ou presencial, dependerá da situação local da pandemia. Segundo o presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras do Ensino Superior, Celso Niskier, as instituições estão se preparando para a volta às aulas presenciais de forma gradual, de acordo com as condições sanitárias de cada localidade. “Em primeiro lugar conversar com a comunidade de professores, estudantes para saber qual é a melhor opção: a volta completa, a manutenção das atividades remotas por mais tempo, ou o sistema híbrido, que pode combinar aulas presenciais práticas com aulas teóricas remotas. O mais importante é que queremos e vamos voltar.”

Na Universidade Estadual de Campinas (Unicamp), grande parte das aulas sera à distância por causa do aumento do número de casos da Covid-19. O reitor da Unicamp, Marcelo Knobel, não acredita no retorno presencial para 2021. Ele afirma que a exceção será aberta somente para casos específicos. “No caso das nossas universidades, precisamos manter as pesquisas atualizadas para não perder muitas coisas, precisamos privilegiar estudantes que estão nos últimos anos e que, às vezes, precisam de alguma atividade prática e exija presença e naturalmente os calouros que nem vão ter a oportunidade de conhecer os seus colegas e professores. É uma pena que isso aconteça”, disse.

A futura publicitária Mylena Faustino, estudante de uma universidade privada da capital paulista, voltou a estudar no dia dia 10 de fevereiro, mas ainda de casa. Ela reconhece a importância da aulas presenciais, mas entende que neste momento, estudar em ambiente virtual é a melhor opção. “Pensando pelo momento que estamos vivendo na pandemia, vejo que não temos alternativa. É se expor ao risco para sua família e para as pessoas ao seu redor, ou se esforçar um pouco mais no ensino à distância. É um pouco mais difícil? É, mas precisamos trabalhar com o que está ao nosso alcance atualmente.” Em São Paulo, as instituições de ensino superior públicas e privadas estão autorizadas a reabrir e receber até 35% dos alunos na modalidade presencial, em regiões que estão na fase amarela do plano de saída da quarentena.

*Com informações da repórter Caterina Achutti

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