Senador defende Estatuto do Pantanal: ‘Bioma precisa de pesquisa e investimento’

Fagundes é presidente da Comissão Temporária Externa para acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios no bioma

  • Por Jovem Pan
  • 21/09/2020 10h18
EFE/ CARLOS EZEQUIEL VANNONI onça pintada pantanal O senador elogiou a atuação da Marinha, dos brigadistas, o Corpo de Bombeiros do MT e os voluntários que estão na região

O senador Wellington Fagundes (PL-MT) defende a criação de um Estatuto do Pantanal. De acordo com ele, que é presidente da Comissão Temporária Externa para acompanhar as ações de enfrentamento aos incêndios detectados no bioma, é preciso encontrar um equilíbrio com a área econômica. “Nem tanto ao céu, nem tanto ao mar. Precisamos encontrar condições para que o homem pantaneiro possa viver na sua economia. No Brasil, ele recebe uma carga de imposto muito grande e não tem incentivo. A gente precisa rever tudo isso. O Pantanal precisa de ciência, pesquisa, investimento internacional. A causa das queimadas está na economia da região”

Em entrevista ao Jornal da Manhã, da Jovem Pan, Fagundes afirmou que o Brasil tem a tradição de ser um país sem planejamento em todas as áreas — inclusive no Meio Ambiente. “O Pantanal é um bioma definido. Tem um ciclo natural, de seis meses, que tem a seca e depois uma chuva intensa. Isso existe há mais de 300 anos. Na década de 70 teve uma seca de quase 14 anos e o Pantanal sobreviveu porque o homem pantaneiro sabe viver com isso.” O senador elogiou a atuação da Marinha do Brasil, dos brigadistas, o Corpo de Bombeiros do Mato Grosso e os voluntários que estão na região tentando conter o fogo deste ano.

De acordo com Wellington Fagundes, o Pantanal do Mato Grosso é diferente do Mato Grosso do Sul e as legislações também não são iguais. “No Mato Grosso ele foi se tornando em agricultura, mas a tradição é de criação de gado — e existe todo um manejo em que, após o gado fazer o pisoteio, acontece a queima fria da matéria orgânica. Isso forma camadas altas que, quando acontecem as queimadas, só a superfície é atingida”, explica. “Agora, animais grandes como onças e antes morrem porque o volume da matéria é muito alto, mas subterrâneo. Queima como se fosse algodão. Isso machuca a pata dos animais, que morrem por não conseguir se movimentar.”

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