Setor automotivo prevê crescimento de 4% a 5% em 2022, afirma federação de montadoras

Presidente da Fenabrave avalia que o pior cenário possível será de manutenção do crescimento de 2021, mas fala em expectativa de melhora até o final do ano

  • Por Jovem Pan
  • 05/10/2022 07h52
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Reprodução/Jovem Pan News/Jornal da Manhã Andreta Junior concede entrevista à JPNews Andreta Junior, presidente da Fenabrave, concede entrevista à Jovem Pan Nerws

O presidente da Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave) Andreta Junior concedeu uma entrevista para a Jovem Pan News para comentar o fechamento do terceiro trimestre do mercado automotivo. Segundo ele, apesar da situação complicada da economia brasileira, impactada pelo contexto internacional de guerra no Leste Europeu e também a pandemia da Covid-19 e suas consequência, o setor tem desempenho positivo em 2022. Ele ainda prevê alcançar crescimento de 4% a 5% ou ficar no mesmo patamar de 2021. “Está se concretizando aquilo que nós planejamos no começo do ano. O mercado começou mais devagar, foi recuperando e, neste terceiro trimestre, dá para ver que vamos alcançar o número que nós projetamos no começo do ano, que era um crescimento de 4% a 5% em todo o seguimento, ou igual ao ano passado”, afirma Andreta Junior. “Nós dependemos muito da produção de automóveis hoje. A produção, por causa da logística, falta de peças, o que ocorreu durante o ano, nem sempre a montadora consegue produzir o que o cliente quer. Então, se houver a produção do carro certo, nós vamos atingir o crescimento que nós esperávamos. Se não houver, pelo menos o mesmo do ano passado, nós temos convicção que vamos chegar lá”, completou avaliando as dificuldades enfrentadas em 2022.

Andreta Junior avalia que existe demanda do mercado por mais carros e que, neste momento, está faltando automóveis novos no mercado, já que o consumidor está mais seletivo e quer comprar o modelo que deseja, não apenas o que está disponível. Ele ainda acrescenta que, diante de dificuldades econômicas, o desejo do consumidor não fica escanteado, mas ele procura maneiras de realizar a compra, com entradas menores ou aumento o parcelamento. “Tudo isso acontece, porém ou cliente aumenta um pouco a entrada ou ele reduz a entrada, deixa um residual para o final. Ele se adapta. Porque, no fundo, ele quer o automóvel. E que ele quer o automóvel que ele quer comprar, não aquele que, às vezes, a montadora consegue produzir. Esse é o empasse que nós estamos vivendo. Agora, diante de tudo que nós passamos neste ano, guerra, Covid-19, todos os problemas de abastecimento logístico, acho que é uma grande vitória, o ano de 2022, para o setor automotivo”, diz.

O presidente da Fenabrave ainda destaca as especificidades que ocorrem também em outros tipos de veículos, além dos chamados veículos leves, carros de passeio – o que faria, segundo ele, que o consumidor desejasse comprar com ainda mais detalhes. “Está estourando a venda de motocicletas. Faltam motos. Caminhão, por incrível que pareça, é mais específico do que o automóvel, porque o caminhão, para cada trabalho que ele faz, é um tipo específico de produto. Então é o câmbio, é o traçado, é duplo eixo. Também é mais complexa ainda, a produção”, diz Junior. Andreta Junior ainda avalia a capacidade ociosa de produção de todo o mercado de veículos, que pode produzir 5 milhões e está produzindo 2 milhões. Ele diz esperar um reajuste para maior crescimento em 2023: “Existe ainda muita capacidade ociosa. Acertando a logística de produção, espero que 2023 seja um ano muito melhor”, finaliza.

*Com informações do repórter Marcelo Mattos

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