Setor energético considera fundamental evitar que economia piore com racionamento e apagões
Preocupação com o aumento da conta de energia elétrica é crescente nas indústrias e setores produtivos
O ministro da Economia, Paulo Guedes, culpa a escalada dos alimentos e energia pela inflação no Brasil. Ele afirma que a alta é mundial, mas no Brasil os itens respondem por metade do índice oficial. O consumidor brasileiro sente o peso do carrinho mais vazio, porém mais caro a cada ida ao mercado. No setor produtivo, após a falta e aumentos de insumos, a grande preocupação é a conta de energia mais pesada. A Associação dos Grandes Consumidores Industriais de Energia e de Consumidores Livres se comprometeu a atender o apelo do governo para a economia de energia. O diretor técnico da Abrace, Fillipe Soares, considera que é fundamental evitar o pior cenário de racionamentos e apagões. “Cada indústria vai saber precificar sua oferta, não necessariamente causando desabastecimento, mas precificando flexibilidade que, sem um estímulo financeiro adequado não seriam ofertadas, e para o operador do sistema isso é muito importante, de modo a utilizar essas flexibilidades em substituição a recursos mais caros”, afirma.
A falta de água nas represas afeta as usinas hidrelétricas. Assim, entram em operação as termelétricas, com custo mais elevado de operação. Esses valores são transferidos aos consumidores, via bandeiras vermelha e de escassez. O diretor da Associação Brasileira da Indústria Eletro Eletrônica (Abinee), Marcelo Machado, avalia o risco da falta de energia no país. “O risco obviamente existe, mas existe também uma inteligência bastante grande hoje do sistema brasileiro, que é extremamente robusto e está totalmente interconectado por linhas de transmissão. E se tem uma matriz energética que vem se transformando, com energias renováveis entrando”, pontua Machado. O governo federal busca incentivar a redução do consumo com descontos. Até dezembro, quem baixar em 10% a utilização da luz receberá um bônus de R$ 0,50 para cada quilowatt-hora, entre setembro e dezembro de 2021, na comparação com o mesmo período de 2020.
*Com informações do repórter Marcelo Mattos
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