Sindicato cobra que Auxílio Gás seja utilizado para combater uso de lenha nas residências

GLP foi vendido, em média, por R$ 109,86 em 2022 e teve queda no consumo das famílias

  • Por Jovem Pan
  • 23/02/2023 07h57 - Atualizado em 23/02/2023 12h30
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ROMEO CAMPOS/FUTURA PRESS/ESTADÃO CONTEÚDO Vista de depósito de gás GLP

Em 2022, o botijão de 13 quilos foi vendido em média por R$ 109,86, quase 50% superior à média de 2007 a 2017. Utilizado por 90% das famílias brasileiras, o produto teve forte impacto no orçamento das famílias de baixa renda. Com o desemprego e o aumento dos preços, muitas pessoas trocaram o gás de cozinha por lenha na hora de preparar os alimentos. Sergio Bandeira de Mello, presidente do Sindicato Nacional das Empresas Distribuidoras de Gás Liquefeito de Petróleo (Sindigás), diz que o alvo das ações sociais não deve ser as vendas de botijões, mas garantir que o Auxílio Gás seja direcionado para combater a lenha como matriz energética das residências. “A gente acredita efetivamente que o caminho que pode ser trilhado, o caminho que a gente indica que o governo estude, é criar programas que sejam de subsídio direcionados somente às famílias vulneráveis. E que o recurso seja carimbado, que tenha destinação específica, para que as famílias sejam estimuladas efetivamente a comprar um energético que possa substituir essa lenha, que compõe 26%”, diz. Atualmente, o Auxílio Gás é pago a cada dois meses no mesmo dia do pagamento do Auxílio Brasil, que volta a se chamar Bolsa Família neste ano.

Segundo o Sindigás, houve queda no consumo do gás de cozinha ou GLP de até 13 quilos em 2022. Por outro lado, houve um aumento na venda de botijões acima de 13 quilos no comércio e para a indústria. Em 2022, o país consumiu 5 milhões de toneladas de gás de cozinha em botijões de até 13 quilos. O volume representa uma queda de 2,5% em relação verificado no ano anterior. Mesmo com aumento do consumo em outros vasilhames, as vendas totais do produto caíram 0,85% no ano passado. Para 2023, Mello acredita em um cenário parecido: “As expectativas para 2023 são de uma venda estável. A gente não consegue enxergar elementos na economia que façam com que as vendas de GLP, especialmente em embalagem de 13 quilos, tenham uma retomada. Então as empresas estão trabalhando com o planejamento em cima de uma estabilidade de consumo. É interessante lembrar que foi criado o Auxílio Gás, que percorreu o que a gente considera 80% do caminho para se tenha um bom combate à pobreza energética e um incentivo a energias mais modernas e limpas que a lenha”, finaliza.

*Com informações do repórter Victor Moraes 

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