Skaf fala em derrubar ‘legitimamente’ veto à desoneração da folha e defende ‘agenda de futuro’

presidente da Fiesp afirma que os empresários viram veto presidencial como “inoportuno”

  • Por Jovem Pan
  • 09/07/2020 08h57 - Atualizado em 09/07/2020 09h13
Fepesil/Estadão Conteúdo Na imagem, o presidente da Fiesp, Paulo Skaf Skaf também opinou sobre a reforma tributária, destacando a necessidade de uma mudança que venha para "facilitar, simplificar e baratear"

O presidente da Fiesp, a Federação das Indústrias do Estado de São Paulo, Paulo Skaf, defende a derrubada, de maneira legítima, ao veto do presidente Jair Bolsonaro à desoneração da folha de pagamentos. Para ele, a decisão irá impactar setores importantes que “empregam mais de seis milhões de pessoas” e foram consideravelmente atingidos pela crise sanitária e econômica decorrente da pandemia.

Paulo Skaf cita, em entrevista ao Jornal da Manhã, pontos positivos da Medida Provisória 936, que permite a redução da jornada de trabalho durante a pandemia da Covid-19, e destaca que graças à “flexibilização os empregos serão mantidos”. Entretanto, ele afirma que os empresários vão se “esforçar para derrubar o veto” presidencial à desoneração em folha, considerado por ele como “inoportuno”.

Pela desoneração, empresas deixam de contribuir para a Previdência Social com 20% sobre a folha de pagamento para pagar o equivalente entre um e 4,5% e 5% sobre a receita bruta. A proposta inicial da MP era que a regra vigente até dezembro deste ano fosse estendida até o fim de 2021. No entanto, ao sancionar a medida provisória na semana passada, o presidente Jair Bolsonaro vetou o item, o que gerou preocupação aos parlamentares e empresários que buscam acordos para derrubada da decisão.

Além de defender a derrubada ao veto, Paulo Skaf também opinou sobre a reforma tributária, destacando a necessidade de uma mudança que venha para “facilitar, simplificar e baratear”. A preocupação do presidente da Fies é com a possibilidade de acontecer, com a pandemia da Covid-19 e a necessidade de aumento de recursos para a União e os governos, uma reforma que traga mais impostos para a sociedade. Por isso, ele ressalta a criação de uma “agenda de futuro”, que também considere as novas situações do pós-pandemia.

“Mora o perigo de uma reforma ser transformada em um caminho para arrecadar mais impostos e isso a sociedade não vai aceitar de forma nenhuma. Temos outras pequenas providências que modernizam, há muito que se pode fazer para facilitar e modernizar. Temos os novos desafios [com a pandemia] e precisamos ter uma agenda de futuro. A discussão da reforma tributária é necessária, mas vendo os conflitos setoriais e governamentais, acrescido com esse momento novo no mundo, não é uma discussão fácil.”

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