Soro contra a Covid-19 deve ser submetido à Anvisa nesta semana

A proposta do Instituto Vital Brazil é iniciar os testes em humanos; após a conclusão e aprovação do estudo, o composto deve ser utilizado em pacientes moderados e graves da doença

  • Por Jovem Pan
  • 01/02/2021 06h05 - Atualizado em 01/02/2021 10h18
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SUAMY BEYDOUN/AGIF - AGÊNCIA DE FOTOGRAFIA/ESTADÃO CONTEÚDO Exame em laboratório para identificação do coronavírus A tecnologia já é conhecida há décadas e usada na elaboração de outros soros, como o Antirrábico

O Instituto Vital Brazil deve pedir, nesta semana, autorização à Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) para iniciar testes em humanos de um soro anti-covid. A etapa é a última no processo de desenvolvimento do estudo, que pode ser o primeiro tratamento autorizado contra o coronavírus. O soro é feito com plasma retirado de cavalos. Os pesquisadores inserem nos animais uma proteína que estimula a produção de anticorpos, sem causar danos aos bichos. Após a resposta imunológica, o plasma com as células de proteção é retirado e purificado para uso.

A tecnologia já é conhecida há décadas e usada na elaboração de outros soros, como o Antirrábico. O diretor industrial e pesquisador do Instituto Vital Brazil, Luís Eduardo Cunha, explica que a intenção é usar o soro em pacientes moderados e graves. “Aquele paciente leve, que está indo para quadros moderados e moderadores que está indo para quadros graves. É janela de a gente acha que o vírus está em grande quantidade ou está se replicando no paciente e aí é o momento de entrar com doses de anticorpos já prontos, feitos pelos cavalos, para que os anticorpos neutralizem o vírus, dando uma chance de recuperação desse paciente.”

Um tratamento semelhante, em fase final de testes em animais, está sendo desenvolvido pelo Instituto Butantan. A diretora do Centro de Desenvolvimento e Inovação da instituição, Ana Marisa Tavassi, explica que o soro atua na infecção provocada pelo coronavírus. “A doença quando ela já está em um estágio mais grave, , ela já tem efeitos secundários, são efeitos secundários à infecção causada pelo vírus. Porque ela é uma doença altamente inflamatória. Então a ideia é você bloquear esse efeito inflamatório e diminuir a carga viral”, explicou. Há três semanas, a Argentina começou a distribuir um soro equino hiperimune para hospitais. O tratamento desenvolvido pela empresa de biotecnologia Inmunovaa demonstrou redução de 45% da mortalidade e de 36% na necessidade de uso de respiradores.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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