Jovem Pan
Publicidade

STF retoma votação do marco temporal na quarta-feira; governadores pedem que Corte aguarde decisão do Congresso

DF - TERRAS INDÍGENAS/MARCO TEMPORAL/STF/JULGAMENTO/RETOMADA - POLÍTICA - Brasília - DF, 01/09/2021 - POLITICA-BRASILIA, DF, 01.09.2021-STF RETOMA JULGAMENTO DAS TERRAS INDIGENAS: O Supremo Tribunal Federal (STF) retomará nesta quarta-feira (01), o julgamento sobre a aplicação do â??marco temporalâ?? em demarcações de terras indígenas. Pelo entendimento do marco temporal, uma terra indígena só pode ser demarcada se ficar comprovado que os índios estavam naquele território na data da promulgação da Constituição, em 5 de outubro de 1988.. Foto: Elio Rizzo/Agência F8 (Foto: Elio Rizzo/Agência F8/Agência Estado) 01/09/2021 - Foto: ELIO RIZZO/AGÊNCIA F8/ESTADÃO CONTEÚDO

O julgamento do marco temporal das terras indígenas vai ser retomado no Supremo Tribunal Federal (STF) na quarta-feira, 20. O placar parcial é de 4 votos contrários e 2 a favor. A maioria da Suprema Corte não concorda em estabelecer a data da promulgação da Constituição como referência para definição das novas áreas porque avalia que a proteção constitucional aos indígenas independe da existência de uma data específica, que seria 5 de outubro de 1988. Um dos argumentos é o de que a Constituição defende os direitos indígenas como originários, o que antecede a formação do Estado. Já os favoráveis defendem a segurança jurídica dos proprietários de terras responsáveis pela produção de alimentos e geração de emprego e renda.

Publicidade
Publicidade

Em entrevista à Jovem Pan nesta semana, o governador de Mato Grosso, Mauro Mendes, defendeu o posicionamento favorável ao agronegócio. “Nós temos estudos que mostram que hoje em torno de 14% do território brasileiro é de reservas indígenas. Isso pode chegar a 27% ou 30%. É muito, praticamente um terço do território brasileiro que pode se transformar em reserva indígena. Imagina as confusões, as desocupações, as brigas, os desempregos que isso vai gerar. A quebra de confiança num sistema jurídico que precisa ter isso como um de seus principais pilares. Então, seria um contrassenso gigante causar um transtorno fenomenal dessa natureza para o principal setor da economia brasileira, que tem sido o maior responsável pelo equilíbrio da balança comercial”, argumentou.

O presidente do Senado Federal, Rodrigo Pacheco, decidiu manter o texto da medida para que não seja necessária uma nova análise pela Câmara dos Deputados. Com essa estratégia, a previsão é que o projeto de lei seja submetido a votação na Comissão de Constituição e Justiça do Senado na quarta-feira, 20. Mauro Mendes cobrou celeridade do Congresso em relação ao tema e defendeu que o STF aguarde a definição no Legislativo.

*Com informações do repórter André Anelli

Publicidade
Publicidade