Talibã passa a proibir que mulheres façam viagens sozinhas no Afeganistão

De acordo com legislação imposta neste domingo, qualquer pessoa do sexo feminino que queira viajar por mais de 72 quilômetros deve estar com um homem da família

  • Por Jovem Pan
  • 27/12/2021 09h14
EFE / EPA / HEDAYATULLAH AMID - 17/08/2021 Uma mulher vestida de burca afegã País anunciou novas sanções a mulheres

O Talibã, que comanda o Afeganistão desde a saída das tropas norte-americanas do país em agosto, anunciou neste domingo, 26, que as mulheres do país que quiserem viajar longas distâncias devem ser acompanhadas por algum homem da família. Agora, a população feminina não pode andar desacompanhada se o trajeto tiver mais de 72 quilômetros. Nas redes sociais, circulam recomendações do ministério da Promoção da Virtude e Prevenção do Vício para que motoristas só aceitem pessoas que estiverem usando o véu islâmico. O órgão anunciou outras medidas, como a proibição de ouvir música nos veículos. A diretriz foi divulgada poucas semanas depois de o órgão solicitar aos canais de televisão do país que não exibam “novelas com mulheres”, além de exigir que as jornalistas usem o “véu islâmico” diante das câmeras.

Durante o primeiro governo, os talibãs obrigaram as mulheres a usarem a burca, que cobre o corpo inteiro, com apenas alguns furos na altura do rosto para possibilitar a visão. Elas só tinham permissão para sair de casa acompanhadas por um homem e eram impedidas de trabalhar ou estudar. Desde que o grupo extremista chegou ao poder, várias restrições foram adotadas, apesar da promessa de regras menos rígidas. Em várias províncias, as autoridades locais aceitaram abrir as escolas para as meninas, mas muitas delas ainda não podem frequentar as aulas. No início de dezembro, um decreto estabeleceu que o governo deve respeitar os direitos das mulheres, mas não há menções ao direito à educação.

*Com informações da repórter Nanny Cox

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